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Mato Grosso se aproxima de safra histórica de algodão com alta produtividade na temporada 24/25

A safra 24/25 de algodão em Mato Grosso caminha para resultados históricos. O estado é o maior produtor da fibra no país. De acordo com o relatório de 1º de setembro de 2025 do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a produtividade média do ciclo foi estimada em 308,08 arrobas por hectare, o que representa 5,61% acima da safra passada. Se confirmada, será a segunda maior produtividade média da série histórica. O bom desempenho tem relação com chuvas fora de época, que prolongaram o ciclo da cultura. “Nós tivemos, nas principais regiões produtoras, uma condição de chuva em momentos decisivos”, explicou a pesquisadora de Fitotecnia da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), Daniela Dalla Costa.  

Embora as chuvas atípicas, registradas em maio e junho, tenham atingindo algumas poucas lavouras que já estavam com capulhos abertos, na maior parte da área cultivada resultaram no aumento da produtividade. Foi o que aconteceu na área de pesquisa da Fundação MT, localizada em Sapezal. “Especialmente, a chuva de maio causou uma maior retenção de estruturas reprodutivas, o que desencadeou um maior enchimento das maçãs e resultou em produtividades finais melhores”, disse a pesquisadora.

No ensaio da Fundação MT, em Sapezal, foi observada uma média de 393 arrobas de algodão em caroço por hectare, chegando em algumas áreas a ter uma produtividade de 457 arrobas por hectare. “É um dado de um ano que tivemos chuvas atípicas. Não é todo ano que isso vai acontecer. Precisamos garantir o manejo de cultura, a escolha da cultivar e época de semeadura para alcançar maiores status produtivos”, alertou a pesquisadora Daniela Dalla Costa.

A área cultivada com algodão no estado, segundo o IMEA, segue estimada em 1,52 milhão de hectares, o que representa um aumento de 4,18% em relação ao registrado na safra 23/24. Com isso, a produção total esperada para safra 24/25 é de 7,04 milhões de toneladas de algodão em caroço, das quais 2,90 milhões de toneladas são de algodão em pluma, 11,38% mais que no ciclo anterior.

Tempo compensou o atraso no plantio do algodão, mas produtores ainda driblam os aumentos dos custos de produção

As chuvas atípicas compensaram o atraso no plantio do algodão no estado. De acordo com o último relatório do IMEA, a colheita está em torno de 8% atrasada em relação à safra anterior. O ciclo da pluma sofreu atrasos desde o início, por causa do plantio da soja, que foi adiado pela falta de chuvas, o que repercutiu no calendário do algodão. O produtor Alexandre Schenkel, que também é engenheiro agrônomo, destaca que, apesar dos riscos do plantio tardio, a safra superou as expectativas. “Foi um ano com produção e qualidade excelentes. O clima ajudou e tivemos HVI (índice de qualidade da fibra) com bons resultados”, explicou.

O fator clima e os desafios da safra 24/25 foram debatidos durante o 17º Encontro Técnico de Algodão, realizado pela Fundação MT, no começo de setembro, em Cuiabá. “Por conta dos custos altos e dos preços baixos, era um ano que realmente a gente precisava produzir bem. A maioria dos produtores de algodão vai conseguir ter boa produtividade. Isso traz tranquilidade para o planejamento da próxima safra”, disse o produtor rural Lucas Daltrozo, de Primavera do Leste, que representou a região sul no painel.

Expectativas para a safra de algodão 25/26

Com a safra quase concluída, os produtores rurais e especialistas já planejam a próxima semeadura. “Ainda é cedo para avaliarmos a questão de redução ou não de área, mas eu creio que ela deve ocorrer, em virtude dos custos de produção e todas as dificuldades que estamos enfrentando”, analisou Márcio Souza, coordenador de projetos e difusão de tecnologia do Instituto Mato-grossense de Algodão (IMA), que mediou o debate do painel sobre os resultados da safra 24/25, no evento realizado pela Fundação MT.

“O que o produtor vai fazer? Aquelas áreas onde não existem o potencial produtivo, essas áreas não serão plantadas porque o produtor não quer arriscar, ele quer buscar o teto máximo de produção”, afirmou Márcio Souza. 

Para Fernando Piccinini, gerente agrícola do Grupo Bom Jesus, a identificação e segregação das áreas mais produtivas foi fundamental para entender onde investir. “Identificamos talhões acima de 400 arrobas e outros abaixo de 250”, relatou. “A ideia é justamente avaliarmos em cima dessa safra, o que faremos de diferente na próxima”, concluiu o gerente agrícola.

Outro ponto que os cotonicultores mato-grossenses seguem acompanhando é a demanda da pluma de algodão por outros países. Em relação à safra 24/25, as exportações continuam estimadas em 2,06 milhões de toneladas, segundo o IMEA. A concorrência na indústria têxtil é com a fibra sintética. “Precisamos continuar investindo em certificações como a ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e o Better Cotton. Mostrar para o mundo que a nossa fibra é natural, não degrada e não deixa resíduos para as futuras gerações”, afirmou o produtor rural e atual presidente do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Alexandre Schenkel.

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METODOLOGIA DE PREÇOS DO ALGODÃO – BBM/SINAP

PRODUTO:Algodão em pluma tipo 41, folha 4 – cor estritamente abaixo da média (strict low middling) – (antigo tipo 6, fibra 30/32 mm, sem característica).
UNIDADE DE MEDIDA:Libra-peso de pluma (0,453597 kg) divulgados em real por libra-peso.
ENTREGA:Preço do produto posto-indústria na mesorregião da cidade de São Paulo.
REGIÃO DE REFERÊNCIA:Negócios feitos nas principais regiões produtoras e consumidoras de algodão do Brasil.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO:A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.
BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:Média aritmética das informações coletadas.
PERIODICIDADE:Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.
HISTÓRICO:Desde janeiro de 2010.
ORIGEM DA INFORMAÇÃO:Corretoras de Mercadorias associadas a Bolsa Brasileira de Mercadorias através de pesquisas diárias de preços
(confira aqui os nomes das Corretoras).
IMPORTANTE:Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Metodologia cotações

COTAÇÕES AGRÍCOLAS BBM

METODOLOGIA DE PREÇOS AGRÍCOLAS DA BOLSA BRASILEIRA DE MERCADORIAS

REGIÃO DE REFERÊNCIA:

Negócios realizados nas principais regiões produtoras e consumidoras dos produtos no Brasil.

TRATAMENTO ESTATÍSTICO:

A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.

BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:

Média aritmética das informações coletadas.

PERIODICIDADE

Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.

HISTÓRICO:

Desde junho de 2018.

ORIGEM DA INFORMAÇÃO:

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

IMPORTANTE::

Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

Lista dos participantes no fornecimento das cotações de preços agrícolas pela BBM

  •  Algotextil Consultores Associados Ltda
  •  Associação dos Cafeicultores de Araguari – ACA
  •  Cereais Pampeiro Ltda
  •  Cerrado Corretora de Merc. & Futuros Ltda
  •  Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas – Cocapec
  •  Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha – Coocafé
  •  Correpar Corretora de Merc. S/S Ltda
  •  Corretora Nacional de Mercadorias
  •  Costa Lima Corretora de Commodities Agrícolas Ltda
  •  Cottonbras Representação S.S. Ltda
  •  Cottonbrasil Corretores Associados Ltda.
  •  Depaula Corretora Ltda
  •  Expoente Correto. Merc. Imp. Export. Com. Represent. Ltda.
  •  Fibra Comercial e Corretora de Merc. Ltda
  •  Globo Corretora de Merc. Ltda
  •  Granos Comércio e Representações Ltda.
  •  Henrique Fracalanza
  •  Horus Algodão Consult. e Corretagens Ltda
  •  Instituto Brasileiro do Feijão e dos Pulses – IBRAFE
  •  JC Agronegócios EIRELI
  •  Laferlins Ltda.
  •  Lefevre Corretora de Mercadorias Ltda
  •  Mafer Agronegócios Ltda
  •  Mercado – Mercantil Corretora de Merc. Ltda
  •  Metasul Corretora Ltda
  •  Orbi Corretora de Mercadorias Ltda.
  •  Pluma Empreendimento e Participações S/S LTDA
  •  Renato – Agronegócio e Licitações Ltda
  •  Renda Corretora de Agroneg. e Transp.s Ltda
  •  Risoy Corretora de Merc.
  •  Robert Daniel Corretora
  •  Rocha Corretora de Merc. Ltda
  •  Rural Assessoria e Commodities Agricolas Ltda
  •  Sandias Corretora de Commodities Ltda
  •  Santiago & Oliveira Com. e Ind. Ltda
  •  Santiago Cotton Ltda
  •  Souza Lima Corretora de Mercadorias Ltda
  •  T.T. Menka Corretora de Mercadorias S/C Ltda.
  •  Translabhoro Serviços Agrícolas Ltda
  •  Vitória Intermediação de Negócios Ltda