Produtores de soja norte-americanos intensificaram a pressão sobre o governo dos Estados Unidos diante do impasse comercial com a China. Em carta enviada ao presidente Donald Trump nesta terça-feira (19), o setor reivindica medidas diplomáticas que possam destravar as negociações com Pequim e reativar a demanda chinesa pela soja americana.
O alerta parte de preocupações com os impactos econômicos de longo prazo, já que a China — principal compradora global de soja — tem evitado o produto americano e redirecionado sua demanda ao Brasil. Até agora, não houve pré-compra da safra 2025/26 dos EUA, o que é considerado um atraso atípico e que eleva a incerteza no mercado internacional.
Em meio ao aumento de custos com insumos e equipamentos, os preços da soja seguem em queda e a perspectiva de perda de bilhões em exportações preocupa o setor. Segundo dados da Associação Americana de Soja (ASA), a China foi responsável por 54% das exportações americanas em 2023/24, no valor de US$ 13,2 bilhões, e as importações do grão pelo país atingiram recorde em julho.
Yedda Monteiro, analista de inteligência e estratégia da Biond Agro, está disponível para comentar exclusivamente os desdobramentos desse cenário. Ela pode detalhar os impactos para o mercado global de grãos, os reflexos sobre preços, os riscos para a próxima safra norte-americana e o avanço do Brasil como fornecedor estratégico da China.