Produtores calculam prejuízos nas lavouras e correm atrás de seguro rural para a próxima safra

Segundo a CNA, quanto mais produtores contratarem o seguro, maior a probabilidade de redução dos valores das apólices ao longo do tempo

Por BBM/Foto: André Dominiquini
04/08/2021 | 217

Produtores calculam prejuízos nas lavouras e correm atrás de seguro rural para a próxima safra

Segundo a CNA, quanto mais produtores contratarem o seguro, maior a probabilidade de redução dos valores das apólices ao longo do tempo

Por BBM/Foto: André Dominiquini
04/08/2021 | 217

Enquanto órgãos oficiais recalculam as estimativas para a safra brasileira de grãos na atual temporada, produtores fazem as próprias contas do tamanho do prejuízo que as intempéries deixaram e seguem deixando nas suas lavouras. Depois de uma estiagem prolongada que castigou diferentes culturas país afora, agora no inverno, as geadas agravam ainda mais a situação no campo.

 

Segundo dados preliminares da Emater de Minas Gerais, em Uberaba, por exemplo, 60% da safra de milho foi perdida pela falta de chuvas. Na horticultura, a perda calculada gira em torno de 40%, enquanto que na fruticultura, é de 25%. Outra cultura fortemente prejudicada foi a do café. Não é difícil encontrar cafezais “queimados” pelo fenômeno da geada em áreas de Minas Gerais e São Paulo.

 

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção do café ainda está sendo avaliada e espera-se redução já em função da restrição hídrica observada meses atrás. A estatal também explica que não há expectativa de impacto significativo da geada na safra corrente, que está com mais de 60% da área colhida sob condições favoráveis. Por outro lado, é de conhecimento que alguns produtores podem levar até três anos para recuperar as perdas causadas pelos eventos climáticos. 

 

O cafeicultor André Dominiquini, de Conceição da Aparecida (MG), está ciente de que a safra de 2022 já está comprometida. A geada causou impactos significativos na fazenda de mais de 40 hectares divididos entre café e a pecuária de corte. “No momento, é necessário aguardar alguns dias para avaliar a resposta da planta para depois tomar a decisão que qual manejo mais adequado”, declarou.

 

A preocupação é ainda maior porque a lavoura não está segurada, assim como quase 80% das lavouras no país, ou seja, apenas cerca de 20% da área plantada no Brasil está coberta por seguro agrícola. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária de Abastecimento (Mapa), isso equivale a cerca de 13,5 milhões de hectares. Os motivos para esta adesão tão baixa são vários e o André pontua alguns. “Primeiramente, pela falta de informação sobre o seguro rural e também pela falta de clareza no momento de contratação do seguro”. Mas depois do susto, o produtor já começa a avaliar a contratação do benefício para a próxima safra.

 

Na plataforma BolsaAgro Seguros Agrícolas, é possível solicitar uma cotação de seguro de forma online e gratuita. No portal, o produtor pode encontrar diversas modalidades de seguros para mais de 80 tipos de culturas diferentes. A contratação do seguro é uma forma importante de manter o produtor na atividade mesmo após um evento climático prejudicial. “Alguns produtores ainda olham para o seguro como um custo e, na verdade, ele deveria ser visto como um insumo na fazenda”, declarou Roberto Trussardi, da A. Prado, corretora associada à Bolsa Brasileira de Mercadorias, mantenedora da plataforma.

 

O seguro rural cobre os custos da produção e inclui uma remuneração do capital e do trabalho do produtor. Em julho, por exemplo, um dos seguros contratados por meio da plataforma para cultura do café, cobrirá, além da vida das planta, a perda por produtividade pelos eventos climáticos, podendo chegar em até 65% do valor do cafezal. Um movimento que deveria ganhar força. Segundo afirmação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), quanto mais produtores contratarem o seguro rural, maior a probabilidade de redução dos valores das apólices ao longo do tempo.

 

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