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Preço do arroz começa a recuar após alta de 40% em 12 meses

Por Bolsa Brasileira de Mercadorias BBM

O mercado do arroz brasileiro viveu uma reviravolta inimaginável em 2023. As exportações cresceram e os preços (em função dos embarques e também dos acontecimentos climáticos), sofreram um aumento de 40% no acumulado de 12 meses. No período, o Indicador BBM para o arroz em casca em Cachoeira do Sul, região central do Rio Grande do Sul, foi de R$ 85,75 (janeiro de 2023), para R$ 126,00 (janeiro de 2024) – considerando a saca de 50 quilos do arroz longo fino, tipo 01, com pagamento à vista, preço pago ao produtor rural no mercado físico disponível e impostos exclusos.

 

Mas, depois da tormenta sempre vem a calmaria, pelo menos no mercado, afinal, o tempo segue instável e muito chuvoso no estado gaúcho, guiado pelo fenômeno El Niño, responsável por provocar chuvas mais volumosas que o normal, trazendo mais apreensão aos produtores dessa região. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil.

 

Confira o que diz Ovidio Ferronato, corretor de mercadorias e sócio da Mercado, corretora associada à Bolsa Brasileira de Mercadorias, sobre o atual cenário no mercado e as perspectivas para os próximos meses.

 

BBM – Primeiro, a que se deve essa alta de 40% no acumulado de 12 meses?

OF – Esta valorização se deu, basicamente, pela grande exportação de arroz, tanto em casca quanto beneficiado dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Com o dólar em alta nos meses de julho e agosto e a grande procura por este produto nos mercados, principalmente da América Central, o Brasil encontrou grandes fronteiras para o escoamento da safra. E para acompanhar o mercado, o consumidor interno teve que se adequar a pagar pela paridade de preço internacional do arroz.

 

BBM – Como o mercado reagiu a essa valorização?

OF – O mercado interno não aceitou muito bem esta elevação de preços, tanto é que produtos de segunda ou terceira linha foram os mais consumidos. Arroz é alimento de cesta básica e os maiores consumidores são da classe baixa e, estes, estão com o poder aquisitivo cada vez mais baixo, o que explica essa busca por opções mais em conta.

 

BBM – Como estão os estoques de arroz no RS?

OF – Os estoques no Rio Grande do Sul nunca estiveram tão baixos como agora. A safra está sendo estimada em 10,8 milhões de toneladas e, se o dólar estiver convidativo, possivelmente teremos muitas exportações pela frente e será outro ano com preços elevados, afinal, o consumo nacional é de 900 mil toneladas/mês (base casca).

 

BBM – Depois dessa alta, como estão os preços agora e quais as tendências para o curto e médios prazos?

OF – Desde o início do mês, os preços estão estabilizados com tendência de baixa. Daqui para frente, o normal é baixar os preços, até porque, a safra 23/24 está sendo colhida. Paraguai e Santa Catarina já estão com as colheitadeiras nas lavouras. O Rio Grande do Sul plantou mais tarde, então, teremos arroz sendo colhido também em abril, isto faz com que o “psicológico” dos compradores “puxe” o preço para baixo. De qualquer forma, não acredito que o arroz vá baixar de R$ 110,00 a saca em plena colheita.

 

Outro fator importante será a quebra que teremos este ano. No Paraguai, as perdas estão estimadas em cerca de 15% segundo informações, enquanto na Argentina, as chuvas desta semana chegando a 300 mm colocaram todas as lavouras de embaixo de água. No RS ainda não temos os números concretos.

 

Ovidio Ferronato é corretor de mercadorias, sócio-fundador da Corretora Mercado e atua no segmento do arroz há mais de 50 anos.

 

Confira aqui o Indicador BBM de preços para o arroz

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METODOLOGIA DE PREÇOS DO ALGODÃO – BBM/SINAP

PRODUTO:Algodão em pluma tipo 41, folha 4 – cor estritamente abaixo da média (strict low middling) – (antigo tipo 6, fibra 30/32 mm, sem característica).
UNIDADE DE MEDIDA:Libra-peso de pluma (0,453597 kg) divulgados em real por libra-peso.
ENTREGA:Preço do produto posto-indústria na mesorregião da cidade de São Paulo.
REGIÃO DE REFERÊNCIA:Negócios feitos nas principais regiões produtoras e consumidoras de algodão do Brasil.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO:A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.
BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:Média aritmética das informações coletadas.
PERIODICIDADE:Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.
HISTÓRICO:Desde janeiro de 2010.
ORIGEM DA INFORMAÇÃO:Corretoras de Mercadorias associadas a Bolsa Brasileira de Mercadorias através de pesquisas diárias de preços
(confira aqui os nomes das Corretoras).
IMPORTANTE:Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Metodologia cotações

COTAÇÕES AGRÍCOLAS BBM

METODOLOGIA DE PREÇOS AGRÍCOLAS DA BOLSA BRASILEIRA DE MERCADORIAS

REGIÃO DE REFERÊNCIA:

Negócios realizados nas principais regiões produtoras e consumidoras dos produtos no Brasil.

TRATAMENTO ESTATÍSTICO:

A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.

BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:

Média aritmética das informações coletadas.

PERIODICIDADE

Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.

HISTÓRICO:

Desde junho de 2018.

ORIGEM DA INFORMAÇÃO:

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

IMPORTANTE::

Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

Lista dos participantes no fornecimento das cotações de preços agrícolas pela BBM

  •  Algotextil Consultores Associados Ltda
  •  Associação dos Cafeicultores de Araguari – ACA
  •  Cereais Pampeiro Ltda
  •  Cerrado Corretora de Merc. & Futuros Ltda
  •  Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas – Cocapec
  •  Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha – Coocafé
  •  Correpar Corretora de Merc. S/S Ltda
  •  Corretora Nacional de Mercadorias
  •  Costa Lima Corretora de Commodities Agrícolas Ltda
  •  Cottonbras Representação S.S. Ltda
  •  Cottonbrasil Corretores Associados Ltda.
  •  Depaula Corretora Ltda
  •  Expoente Correto. Merc. Imp. Export. Com. Represent. Ltda.
  •  Fibra Comercial e Corretora de Merc. Ltda
  •  Globo Corretora de Merc. Ltda
  •  Granos Comércio e Representações Ltda.
  •  Henrique Fracalanza
  •  Horus Algodão Consult. e Corretagens Ltda
  •  Instituto Brasileiro do Feijão e dos Pulses – IBRAFE
  •  JC Agronegócios EIRELI
  •  Laferlins Ltda.
  •  Lefevre Corretora de Mercadorias Ltda
  •  Mafer Agronegócios Ltda
  •  Mercado – Mercantil Corretora de Merc. Ltda
  •  Metasul Corretora Ltda
  •  Orbi Corretora de Mercadorias Ltda.
  •  Pluma Empreendimento e Participações S/S LTDA
  •  Renato – Agronegócio e Licitações Ltda
  •  Renda Corretora de Agroneg. e Transp.s Ltda
  •  Risoy Corretora de Merc.
  •  Robert Daniel Corretora
  •  Rocha Corretora de Merc. Ltda
  •  Rural Assessoria e Commodities Agricolas Ltda
  •  Sandias Corretora de Commodities Ltda
  •  Santiago & Oliveira Com. e Ind. Ltda
  •  Santiago Cotton Ltda
  •  Souza Lima Corretora de Mercadorias Ltda
  •  T.T. Menka Corretora de Mercadorias S/C Ltda.
  •  Translabhoro Serviços Agrícolas Ltda
  •  Vitória Intermediação de Negócios Ltda