O sistema desenvolvido pela BBM já registrou quase 50 mil contratos de compra e venda de algodão
Apanhado histórico
A sistemática de registro de contratos de compra e venda de algodão remonta aos tempos das negociações realizadas por corretoras de mercadorias na antiga Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP) que, em 1990, foi incorporada à Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Importantes negócios com algodão eram também realizados na Minas Bolsa – Bolsa de Mercadorias de Minas Gerais -, que se destacava em volume de negócios com a fibra. Com a criação da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), em 2002, como resultado da unificação de oito Bolsas de Mercadorias regionais e a participação majoritária da BM&F, a responsabilidade pelos registros de contratos de algodão e seus derivados passou a ser da nova instituição somando os registros do algodão em um ambiente, dando mais robustez nos dados e no volume de negócios.
Em uma iniciativa conjunta entre as principais entidades do setor algodoeiro nasceu um projeto robusto voltado à criação de um ambiente eletrônico único para reunir e consolidar informações de negócios, gerando dados estratégicos sobre a comercialização do algodão. Entre elas, estão: Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) – e demais associações regionais –, com o apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit) e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Nasce o SINAP – Sistema de Informações de Negócios com Algodão em Pluma
O resultado foi o Sistema de Informações de Negócios com Algodão em Pluma, conhecido no mercado como SINAP e desenvolvido sob a responsabilidade da Bolsa Brasileira de Mercadorias. O sistema rapidamente se consolidou como uma das mais relevantes ferramentas de transparência e acompanhamento do mercado. O lançamento foi em setembro de 2010, sob a gestão da BBM, consolidando-se como uma plataforma eletrônica abrangente para registrar negócios e gerar relatórios estatísticos sobre a comercialização da fibra. Reconhecido por comerciantes, indústrias e produtores, o sistema adota rigorosos critérios de confidencialidade, divulgando apenas dados consolidados de volumes negociados, o que garante credibilidade, segurança e transparência ao mercado. Sua missão: apoiar todos os elos da cadeia produtiva — do campo à indústria e exportação — com subsídios fundamentais para o planejamento, a produção e o consumo.

15 anos de dados consolidados
Com 15 anos de trajetória, o SINAP segue sendo um exemplo de sucesso e cooperação setorial no agronegócio brasileiro, aliado a competência, dedicação e profissionalismo das Corretoras de Algodão da Bolsa Brasileira de Mercadorias com muito conhecimento de mercado.

“O SINAP funciona muito bem há 15 anos, promovendo a segurança e a transparência no comércio de algodão brasileiro no mercado interno e externo. Me recordo da época que começamos o rascunho do que viria a ser esse programa na Ampa e depois levamos essa ideia para a Bolsa que, gentilmente, abraçou imediatamente a ideia e, com competência, criou o sistema que reúne todas as principais informações do mercado em um banco de dados confiável e de grande utilidade para o registro dessas operações, feitas com o respaldo da Bolsa. Um dos objetivos alcançados foi o de dar transparência nas informações estratégicas para planejamento e tomada de decisão dos diversos agentes da cadeia do algodão”, declarou Décio Tocantins, diretor-executivo da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa).
Mais de 20 milhões de toneladas de pluma já registradas
De outubro de 2010 a julho de 2025, foram realizados e registrados um total de 48.821 contratos de compra e venda de algodão, alcançando um volume extraordinário de 20 milhões 431 mil toneladas comercializadas ao longo de 15 anos. O SINAP construiu uma base de agentes cadastrados que impressiona pela abrangência e representatividade. São 2.185 clientes, incluindo 1.395 produtores rurais e cooperativas, 410 indústrias têxteis e fiações, 329 comerciantes, cooperativas e exportadores, além de 51 corretoras de mercadorias – um retrato fiel de praticamente todos os elos da cadeia produtiva do algodão no Brasil.

Modalidades do SINAP
Os registros dos negócios ocorrem em três modalidades: desde a destinação da produção para o mercado interno, atendendo fiações e comerciantes, até operações de exportação para diferentes países. Ganha destaque, ainda, a “modalidade flex”, inicialmente voltada à exportação, mas que, por conveniência estratégica, pode ser direcionada ao mercado interno. Nada desse sucesso, segundo a diretoria da BBM, teria sido possível sem a atuação decisiva das corretoras de algodão, protagonistas na intermediação dos negócios da fibra no Brasil – muitas delas, inclusive, com presença no mercado internacional. Conheça as corretoras de algodão da BBM


“Se você não tiver bons registros e informações confiáveis sobre o mercado, poderá tomar decisões equivocadas no âmbito das compras, especialmente em relação à matéria-prima tão relevante para a indústria têxtil e de confecção do Brasil. Incentivamos as empresas a registrarem seus negócios, pois isso proporciona uma base de dados mais ampla, permitindo um acompanhamento mais eficaz do mercado por todos os agentes econômicos. Parabéns ao SINAP pelos 15 anos!”, afirmou Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Abit.
Raio-X do mercado da fibra natural
O sistema oferece um verdadeiro “raio X” da comercialização do algodão no Brasil, revelando dados estratégicos para produtores, indústrias e comerciantes. Na safra 2024/2025, por exemplo, os números mostram que 63% do volume negociado tem a sua precificação definida em índices de preços futuros, sendo 56% atrelados ao fechamento da Bolsa de Nova Iorque (NYBOT) e 7% vinculados ao indicador de algodão da Esalq – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz -, do mês da entrega do produto. Já os contratos firmados com preço fixo no momento da negociação representam 37% do total, divididos entre 24% fixados em dólar e 13% em reais por libra-peso. Um retrato fiel de como o mercado se ancora em referências globais e nacionais para orientar seus negócios. Os “Relatórios do Mercado de Algodão” podem ser acessados na página do SINAP, dentro do site da BBM.


“Lembro-me quando o SINAP foi criado e como ele foi essencial para apoiar políticas de garantia de preços, como os leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (Pep) e do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), proporcionando segurança e transparência para os produtores e o MAPA. Recomendo que todos utilizem a BBM e seus corretores oficiais para garantir um mercado mais transparente e seguro. Essa ferramenta tem sido fundamental para todos os agentes da cadeia do algodão em pluma. Com o SINAP, podemos acompanhar diariamente a demanda de exportação e mercado interno, além de ter acesso a dados estatísticos precisos. Parabéns à BBM por esse importante marco”, avaliou Marco Antônio Aluísio, diretor da EISA/ECOM, conselheiro da ANEA e diretor do ICA.
Sistema com duplo fator de checagem
A base de fechamento dos negócios conta com um duplo fator de checagem, iniciado no momento em que as corretoras registram a negociação. Comprovantes e pedidos de confirmação são enviados às partes contratantes, que revisam as condições pactuadas e realizam o aceite eletrônico. Esse processo confere maior robustez aos números do sistema, já que todas as operações passam pela verificação direta de ambos os lados. Além disso, o SINAP permite a formalização dos contratos por meio de assinaturas digitais qualificadas, garantindo validade jurídica e ainda mais segurança às transações.

“O SINAP é de suma importância para o mercado como orientação dos preços que estão sendo praticados porque ele se baseia nas informações dos corretores oficiais de algodão da BBM de negócios efetivamente realizados. Por essa razão, se torna imprescindível que sejam registrados na Bolsa todos os negócios realizados no mercado disponível”, aconselha Mário Baptista da Silva Reis, corretor de algodão associado à BBM, sócio da Cotton Brasil.
Contratos legalmente amparados
Entre os serviços relevantes vinculados ao SINAP, a Câmara Arbitral da Bolsa ocupa posição de destaque. Criada para dirimir conflitos em negócios com algodão registrados no sistema, ela se consolidou como um instrumento essencial para garantir segurança jurídica e previsibilidade ao mercado. Sua atuação combina celeridade, economia processual e sentenças arbitrais de alta qualidade técnica, proferidas por árbitros experientes e profundamente conhecedores do setor, além de contar com advogados de renome no agronegócio brasileiro.
Em um mercado onde muitos contratos são firmados com grande antecedência — já existem registros para a safra 2026/2027, com entrega prevista para daqui a dois anos —, fatores como sazonalidade de preços, variações de demanda, produção e oferta podem alterar o equilíbrio das operações. Nesses casos, a Câmara Arbitral oferece um fórum especializado capaz de resolver disputas de forma eficiente e técnica, fortalecendo a confiança entre os agentes e contribuindo para a estabilidade das negociações.
Nesta seara, merece destaque a filiação da Bolsa Brasileira de Mercadorias à CICCA – Committee for International Co-operation Between Cotton Associations, entidade que atua como uma rede internacional de confiança para o comércio de algodão. A CICCA zela para que as decisões arbitrais sejam cumpridas, fortalecendo a segurança jurídica nas transações. Quando uma sentença arbitral não é honrada, o caso pode ser comunicado à associação competente, que, dentro dos limites legais, adota medidas para preservar a integridade das negociações. Esse modelo de cooperação entre as associações membros permite o compartilhamento de informações relevantes e a adoção de ações que reforçam a credibilidade do setor, protegendo empresas idôneas e fomentando um ambiente de negócios mais justo, estável e confiável.
A tabela de ágios e deságios da Bolsa Brasileira de Mercadorias, integrada e disponível no SINAP, um pilar de credibilidade para as negociações. Seu objetivo é valorizar algodões de melhor qualidade no momento da entrega, sem, no entanto, penalizar excessivamente os produtores quando o produto apresentar qualidade inferior à pactuada. Com presença histórica no mercado brasileiro, essa tabela é debatida e atualizada sempre que necessário pela atuante Junta de Corretores de Algodão da Bolsa, formada por profissionais com ampla experiência e profundo conhecimento das demandas do setor, capazes de ajustar seus parâmetros às oscilações de qualidade do algodão produzido no país.

BBM é mantenedora da plataforma
Com toda a sua relevância como mercado regulador do algodão, a Bolsa Brasileira de Mercadorias – mantenedora da plataforma SINAP – é também a associação brasileira signatária do acordo universal de padronização do algodão, organizado pelo USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Esse acordo busca estabelecer, em âmbito global, um padrão único de classificação da fibra, promovendo maior harmonização e competitividade no mercado internacional do algodão.
Além de garantir a segurança e a integridade das informações dos negócios, o SINAP também desempenha um papel estratégico na formação de preços do algodão no Brasil. Diariamente, a Bolsa Brasileira de Mercadorias divulga o Indicador de Preço do Algodão em Pluma, calculado a partir da média aritmética dos valores informados por corretoras associadas a BBM, tendo como referência o algodão tipo 41-4, posto São Paulo (SP).

“O SINAP é uma ferramenta essencial que reflete, com total transparência, a realidade do mercado de algodão em pluma no Brasil. Sua base é formada por um processo robusto de coleta de dados, registro de informações e análises criteriosas, capazes de fornecer ao mercado subsídios valiosos. Essas informações permitem que produtores, compradores e exportadores avaliem as melhores decisões”, Cesar Henrique Bernardes Costa, diretor-geral da BBM.
Indicador de preços do SINAP tem ampla divulgação no mercado
O indicador disponível no sistema reflete o preço do produto entregue na indústria na mesorregião da capital paulista, considerando negócios realizados nas principais regiões produtoras e consumidoras do país. As cotações, expressas em reais por libra-peso (0,453597 kg), passam por rigoroso tratamento estatístico: somente são incluídos valores dentro de um intervalo de dois desvios-padrão em relação à média da amostra, além de análise do coeficiente de variação, o que garante a confiabilidade dos dados.
As informações são coletadas junto a corretoras de algodão, entre 10h e 16h, e divulgadas no mesmo dia até às 17h, sempre em dias úteis. O histórico do indicador remonta a janeiro de 2010 e se baseia exclusivamente em negócios efetivos no mercado físico para pronta entrega, o que o torna um termômetro preciso e respeitado para o acompanhamento das condições de mercado da fibra no Brasil. As cotações são divulgadas diariamente por grandes veículos de comunicação e, também, diretamente aos agentes da cadeia do algodão.
Ao longo de sua trajetória, o SINAP consolidou-se como muito mais do que um sistema de registro: tornou-se um verdadeiro patrimônio de transparência, segurança e inteligência de mercado para o algodão brasileiro. Amparado pela credibilidade da Bolsa Brasileira de Mercadorias e pelo engajamento de todos os elos da cadeia produtiva e, em especial, as corretoras de mercadorias, o sistema segue evoluindo para atender às demandas de um setor cada vez mais dinâmico e globalizado. Com tecnologia, governança e confiança, o SINAP reafirma seu compromisso de oferecer dados precisos, fortalecer relações comerciais e impulsionar a competitividade do algodão brasileiro no cenário mundial.

Acesse aqui o SINAP – Sistema de Informações de Negócios com Algodão em Pluma