Um dos maiores processadores de cana-de-açúcar de Minas Gerais, a Usina Santo Ângelo acaba de concluir sua migração do SAP ECC para o SAP S/4HANA, em um projeto conduzido pela Ábaco Consulting, boutique consultiva de negócios focada em gestão e parceira da SAP. A decisão estratégica visou reduzir riscos operacionais, modernizar a infraestrutura tecnológica e preparar a empresa para um novo ciclo de crescimento.
O projeto entrou no ar após nove meses de implementação e contou com um investimento de R$12 milhões, que tem um retorno previsto para cinco anos, considerando os gastos que a empresa tinha com sua estrutura interna e manutenção do ECC.
“Por um lado, nossa infraestrutura era vulnerável por ser um modelo on premise. Por outro, vimos que a migração para o S/4HANA possibilitaria adotar práticas mais atuais do mercado, o que inclui a gestão de riscos e de commodities, por exemplo, que são mais otimizados na nova versão do ERP e nos apoia nas rotinas de negócios internacionais, que representa 75% da nossa receita”, explica Roberto Borges Rodrigues, gestor de TI da Usina Santo Ângelo.
“Tudo isso favoreceu iniciarmos o processo de migração que, apoiado pela Ábaco Consulting, ganhamos em segurança, confiabilidade, além de termos direcionado nossa equipe para atividades mais estratégicas para o negócio ”, completa Rodrigues.
Resultados positivos
A decisão de antecipar o projeto de migração foi motivada não apenas por fatores técnicos, tal qual o fim da manutenção do SAP ECC e da infraestrutura interna para manter o ambiente que rodava o software, mas também por questões regulatórias e financeiras, uma vez que o módulo GRC (Governança, Riscos e Compliance) da SAP vence no final de 2025, o que demandaria uma atualização inevitável. Com quase 300 usuários no novo sistema, os primeiros ganhos dessa operação já são perceptíveis em termos de performance e usabilidade.
Logo no início do projeto, foi observado que a usina já operava com um ambiente altamente customizado para o setor agro, com funcionalidades específicas para a gestão de fazendas e ativos, o que aumentava a complexidade de manutenção no ECC. “Para melhor performance, a implementação seguiu o modelo denominado bluefield, ou seja, uma abordagem híbrida da SAP que permite renovar o sistema mantendo parte da estrutura anterior”, disse o Emílio Júnior, diretor comercial da Ábaco Consulting.
Com isso, a adoção do SAP S/4HANA migrou toda a operação para a nuvem, eliminando a dependência de servidores locais e otimizando os recursos da equipe de TI da usina, hoje composta por cerca de dez pessoas.
Após o processo de migração, o SAP da Usina começou a centralizar a operação de oito softwares que fazem a interface com os processos agrícolas, como coleta de dados de solo e gestão de combustível, integrando essas informações com os módulos de estoque e finanças.
Ainda considerando as peculiaridades desse setor, algumas novidades já são incluídas na rotina com o novo ERP. “Com o apoio da Ábaco nesse processo, a empresa já está operando com mais previsibilidade sobre o impacto de eventos climáticos na produção, integrando dados de qualidade da matéria-prima, custos fixos e variáveis e preços de mercado para decisões mais estratégicas”, explica Rodrigues.
Ainda seguindo na evolução de seu ambiente de TI, a Usina Santo Ângelo tem como expectativa internalizar essas soluções dentro do próprio SAP com o suporte de funcionalidades como o SAP Fiori, que melhora a experiência do usuário ao oferecer uma interface moderna para diferentes dispositivos, e o SAP Business Technology Platform (SAP BTP), plataforma em nuvem com ferramentas para o desenvolvimento de aplicativos, automação, integração, dados e análise, utilizando Inteligência Artificial (IA) e aprendizado de máquina.
Futuro mais estratégico e compartilhado
Para o gestor de TI da Usina Santo Ângelo, a experiência dessa migração deixa lições importantes para outras usinas que ainda hesitam em migrar para o S/4HANA, tendo em vista o fim da manutenção dada ao antigo modelo, o ECC, em 2027 – fato que trará prejuízos consideráveis às empresas, caso elas não adotem a migração a tempo.
“É um projeto complexo, mas viável com bom planejamento, apoio dos usuários-chave e uma consultoria capacitada. Adiar essa transição pode significar custos maiores e riscos desnecessários à operação, já que esse processo necessita de avaliação posterior de cada item migrado para que haja adaptação efetiva”, avalia Rodrigues.
Com a base digital consolidada, a usina agora mira o futuro, uma vez que está em estudo o uso de IA para simulações de fluxo de caixa e modelagem de custos operacionais com SAP Profitability and Performance Management (PaPM), solução que ajuda as empresas a analisarem e gerenciarem a lucratividade e o desempenho de seus negócios de forma granular e em tempo real.
A Usina Santo Ângelo terminou 2024 com um faturamento recorde e espera, com seu avanço na inovação dos processos, ampliar ainda mais nos próximos anos.