Notícias

Queda de alimentos acelera e IPCA sobe menos que o esperado em julho apesar de energia elétrica

Logotipo Reuters

 

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) – A inflação brasileira ficou bem abaixo do esperado em julho, quando a queda dos preços dos alimentos compensou o peso da energia elétrica, levando a taxa em 12 meses a desacelerar, depois de o Banco Central indicar manutenção dos juros por período bastante prolongado.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% no mês passado, após alta de 0,24% em junho, resultado que ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,37%.

Os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a taxa acumulada em 12 meses passou a subir 5,23%, de 5,35% em junho, contra expectativa de 5,33%.

Ainda que essa tenha sido a taxa mais baixa desde fevereiro (+5,06%) nessa base de comparação, a inflação permanece acima da meta contínua — 3,0% medida pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

No final de julho, o Banco Central decidiu interromper o ciclo de alta nos juros básicos ao manter a Selic em 15% ao ano, ressaltando que antecipa a manutenção da taxa nesse patamar por período “bastante prolongado”.

Para isso, o BC citou expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho.

Pesam ainda sobre o cenário as incertezas relacionadas à tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O BC apontou que a política tarifária dos EUA torna o cenário mais incerto e adverso para o Brasil, ressaltando que sua atuação focará nos mecanismos de transmissão do ambiente externo sobre a inflação local.

Na segunda-feira, o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, chamou atenção para uma visão crescente entre economistas de que a alíquota elevada impõe risco de desaceleração da atividade no Brasil.

ENERGIA ELÉTRICA

Em julho, o maior peso sobre o IPCA foi exercido pela energia elétrica, com alta de 3,04%, levando o grupo Habitação a subir 0,91%. No mês, predominou a bandeira tarifária vermelha patamar 1, o que significa adicional de R$4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. O resultado reflete ainda reajustes em concessionárias.

“De janeiro a julho, energia elétrica residencial acumula uma alta de 10,18%. Essa variação é a maior para o período janeiro a julho desde 2018, quando o acumulado foi de 13,78%.”, disse Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

Segundo ele, sem a contribuição da energia elétrica, o resultado do IPCA de julho seria de uma alta de 0,15%.

Já o grupo Transportes acelerou a alta a 0,35% em julho, de 0,27% no mês anterior, impactado pelo aumento de 19,92% das passagens aéreas. Os combustíveis, por sua vez, recuaram 0,64% em julho, com quedas nos preços do etanol (-1,68%), do óleo diesel (-0,59%), da gasolina (-0,51%) e do gás veicular (-0,14%).

Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas registrou queda de 0,27% nos preços em julho, após recuo de 0,18% em junho. Sem a contribuição dos alimentos, a inflação seria de 0,41%, segundo o IBGE.

A alimentação no domicílio recuou 0,69%, com destaque para batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%).

ATENÇÃO

A inflação de serviços segue como ponto de atenção, dada a resiliência do mercado de trabalho no Brasil e a renda elevada. Em julho, a inflação de serviços acelerou a 0,59%, de 0,40% no mês anterior, sob o peso principalmente das passagens aéreas, segundo maior impacto individual no índice do mês. Em 12 meses a inflação de serviços chegou a 6,01%.

O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, teve em julho queda para 50%, de 54% no mês anterior.

Para agosto, os preços da energia seguem no foco, uma vez que foi acionada a bandeira tarifária vermelha patamar 2 para as contas de luz, com adicional de R$7,87 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

No entanto, a pressão sobre os consumidores de energia em agosto tende a ser aliviada pelo crédito que cairá nas faturas do mês referente ao “Bônus de Itaipu”. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou R$883,07 milhões para o mecanismo este ano, reduzindo custos no mês para consumidores residenciais e rurais.

O bônus de Itaipu é um valor distribuído aos consumidores todo ano após apuração do saldo registrado na conta de comercialização da energia da usina hidrelétrica binacional no ano anterior.

A mais recente pesquisa Focus do BC mostra que a expectativa do mercado para a inflação vem diminuindo, com projeção de que o IPCA encerre este ano com alta de 5,05%, com a Selic a 15%.

logo_sinap

METODOLOGIA DE PREÇOS DO ALGODÃO – BBM/SINAP

PRODUTO:Algodão em pluma tipo 41, folha 4 – cor estritamente abaixo da média (strict low middling) – (antigo tipo 6, fibra 30/32 mm, sem característica).
UNIDADE DE MEDIDA:Libra-peso de pluma (0,453597 kg) divulgados em real por libra-peso.
ENTREGA:Preço do produto posto-indústria na mesorregião da cidade de São Paulo.
REGIÃO DE REFERÊNCIA:Negócios feitos nas principais regiões produtoras e consumidoras de algodão do Brasil.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO:A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.
BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:Média aritmética das informações coletadas.
PERIODICIDADE:Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.
HISTÓRICO:Desde janeiro de 2010.
ORIGEM DA INFORMAÇÃO:Corretoras de Mercadorias associadas a Bolsa Brasileira de Mercadorias através de pesquisas diárias de preços
(confira aqui os nomes das Corretoras).
IMPORTANTE:Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Metodologia cotações

COTAÇÕES AGRÍCOLAS BBM

METODOLOGIA DE PREÇOS AGRÍCOLAS DA BOLSA BRASILEIRA DE MERCADORIAS

REGIÃO DE REFERÊNCIA:

Negócios realizados nas principais regiões produtoras e consumidoras dos produtos no Brasil.

TRATAMENTO ESTATÍSTICO:

A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.

BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:

Média aritmética das informações coletadas.

PERIODICIDADE

Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.

HISTÓRICO:

Desde junho de 2018.

ORIGEM DA INFORMAÇÃO:

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

IMPORTANTE::

Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

Lista dos participantes no fornecimento das cotações de preços agrícolas pela BBM

  •  Algotextil Consultores Associados Ltda
  •  Associação dos Cafeicultores de Araguari – ACA
  •  Cereais Pampeiro Ltda
  •  Cerrado Corretora de Merc. & Futuros Ltda
  •  Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas – Cocapec
  •  Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha – Coocafé
  •  Correpar Corretora de Merc. S/S Ltda
  •  Corretora Nacional de Mercadorias
  •  Costa Lima Corretora de Commodities Agrícolas Ltda
  •  Cottonbras Representação S.S. Ltda
  •  Cottonbrasil Corretores Associados Ltda.
  •  Depaula Corretora Ltda
  •  Expoente Correto. Merc. Imp. Export. Com. Represent. Ltda.
  •  Fibra Comercial e Corretora de Merc. Ltda
  •  Globo Corretora de Merc. Ltda
  •  Granos Comércio e Representações Ltda.
  •  Henrique Fracalanza
  •  Horus Algodão Consult. e Corretagens Ltda
  •  Instituto Brasileiro do Feijão e dos Pulses – IBRAFE
  •  JC Agronegócios EIRELI
  •  Laferlins Ltda.
  •  Lefevre Corretora de Mercadorias Ltda
  •  Mafer Agronegócios Ltda
  •  Mercado – Mercantil Corretora de Merc. Ltda
  •  Metasul Corretora Ltda
  •  Orbi Corretora de Mercadorias Ltda.
  •  Pluma Empreendimento e Participações S/S LTDA
  •  Renato – Agronegócio e Licitações Ltda
  •  Renda Corretora de Agroneg. e Transp.s Ltda
  •  Risoy Corretora de Merc.
  •  Robert Daniel Corretora
  •  Rocha Corretora de Merc. Ltda
  •  Rural Assessoria e Commodities Agricolas Ltda
  •  Sandias Corretora de Commodities Ltda
  •  Santiago & Oliveira Com. e Ind. Ltda
  •  Santiago Cotton Ltda
  •  Souza Lima Corretora de Mercadorias Ltda
  •  T.T. Menka Corretora de Mercadorias S/C Ltda.
  •  Translabhoro Serviços Agrícolas Ltda
  •  Vitória Intermediação de Negócios Ltda