Milho físico e na B3 deve seguir pressionado em julho, mas pode ter recuperação no próximo mês
A sexta-feira (11) chega ao final com os preços internacionais do milho futuro contabilizando movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT) e acumulando desvalorizações de até 6,6% ao longo da semana.
Segundo o analista da Royal Rural, Ronaldo Fernandes, a expectativa de uma grande safra nos Estados Unidos e as incertezas para as exportações do país, diante das taxações comerciais contra alguns dos principais compradores de milho norte-americano, pressionaram os preços de Chicago para patamares abaixo dos US$ 4,00, que era um importante suporte do mercado.
Nem mesmo um relatório de oferta e demanda mundial do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que trouxe alguns números altistas nesta sexta-feira foi capaz de reverter a pressão.
O ponto de atenção daqui para frente, vai seguir sendo no desenvolvimento da safra dos EUA e nas disputas comerciais, conforme aponto Fernandes.
O vencimento julho/25 foi cotado a US$ 4,03 com perda de 4,25 pontos, o setembro/25 valeu US$ 3,96 com queda de 3,25 pontos, o dezembro/25 foi negociado por US$ 4,12 com baixa de 4,25 pontos e o março/26 teve valor de US$ 4,29 com desvalorização de 4,75 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (10), de 1,04% para o julho/25, de 0,81% para o setembro/25, de 1,02% para o dezembro/25 e de 1,10% para o março/26.
No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram baixas de 6,6% para o julho/25, de 5,77% para o setembro/25, de 5,72% para o dezembro/25 e de 5,25 pontos para o março/26, em relação ao fechamento da última terça-feira (3).

Mercado Brasileiro
Já a Bolsa Brasileira (B3) registrou movimentações positivas para os preços futuros do milho nesta sexta-feira, que acumularam valorização de mais de 2% ao longo desta semana.
Na visão do analista da Royal Rural, o movimento de hoje não teve a ver com fundamentos, mas sim com flutuações técnicas de bolsas.
“O que observamos hoje é um movimento de bolsa e não de fundamentos. Isso quer dizer que, as vezes, o mercado é distorcido pelas ferramentas de operação. Na semana que vem a gente tem a liquidação do contrato julho e muita gente não está apostando que o contrato setembro na B3 vai ficar acima de R$ 63,00, então vão rolando essas operações vendidas do julho para o setembro, e muita gente saindo das operações porque vai entrar o final de semana muito perto desse vencimento. Não é um movimento de tendência, mas de operações de bolsa”, explica.
Daqui para frente, Fernandes acredita em mais pressão e queda de preços ao longo do mês de julho, mas uma possível recuperação de patamares a partir da virada de mês para agosto.
“Eu acredito que estamos perto do movimento de reversão, mas não que a queda parou. Acredito que a gente ainda tem um caminho de 2 a 3 reais ainda para perder, mas não acho que depois de a B3 vir para casa de R$ 60,00 ela vai continuar caindo. Os próximos dias podem fazer a B3 sair de R$ 63,00 para R$ 60,00, mas aí já o momento de inversão”, aponta.
O analista acredita que as exportações devam trazer mais demanda ao mercado, com mais de 4 milhões de toneladas no line-up para julho e mais 1 milhão já comprometidas para agosto. “A puxada do dólar de R$ 5,40 para R$ 5,50 ajuda a mater a paridade de exportação”.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
O vencimento julho/25 foi cotado a R$ 63,00 com alta de 0,85%, o setembro/25 valeu R$ 63,90 com valorização de 1,75 pontos, o novembro/25 foi negociado por R$ 67,16 com ganho de 0,92% e o janeiro/26 teve valor de R$ 71,36 com elevação de 0,51%.
No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram ganhos de 1,73% para o julho/25, de 2,95% para o setembro/25 e de 1,07% para o novembro/25, além de baixa de 0,4% par ao janeiro/26, com relação ao fechamento da última sexta-feira (4).

No mercado físico brasileiro, o último dia da semana foi de poucas alterações par ao preço da saca de milho. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorizações em Tangará da Serra/MT e Campo Novo do Parecis/MT, enquanto as valorizações apareceram em Sorriso/MT, Eldorado/MS e Porto de Santos/SP.