A quinta-feira (7) foi de alta para os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos terminaram o dia com ganhos de mais de 1% – ou de 4,75 a 5,75 pontos – nos principais vencimentos, levando o setebro a US$ 3,84 e o dezembro a US$ 4,07 por bushel.
O mercado já vinha registrando bom avanço desde o começo do dia, em uma manhã de ganhos generalizados entre as commodities agrícolas, porém, o movimento ganhou ainda mais tração diante dos bons números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre as exportações semanais.
Na semana encerrada em 31 de julho, os EUA comprometeram expressivos 3,163 milhões de toneladas de milho da safra 2025/26, enquanto o mercado esperava algo entre 1,3 milhão e 2,5 milhões de toneladas. O cereal norte-americano da nova temporada – que deve contar com uma produção de mais de 400 milhões de toneladas – tem estado bastante competitivo, levando o USDA a anunciar, quase diariamente nas últimas duas semanas, novas vendas do grão para os mais diversos destinos.
Nesta quinta, foram 211,680 mil toneladas entre o México e a Guatemala.
“As vendas de milho americano da safra nova foram destaque no relatório de hoje, totalizando 3,16 milhões de toneladas. A Ásia está em peso comprando. O Brasil deveria estar mais barato do que os EUA CFR Ásia. Mesmo com uma uma grande safra, o Brasil está de US$ 10,00 a US$ 15,00 por tonelada mais caro por tonelada do que as ofertas do PNW (portos do Pacífico) para a janela outubro/novembro/dezembro”, afirmam os analistas de mercado da Agrinvest Commodities.
Assim, nem mesmo as vendas tímidas e abaixo do esperado da safra velha tiraram a força do caminhar dos preços do cereal na Bolsa de Chicago hoje. O mercado se apoiou também em ganhos fortes do trigo, de quase 2%, bem como registra também um movimento de ajustes depois das baixas consecutivas dos últimos dias.
Na semana que vem, o mercado também recebe os dados atualizados do boletim mensal de oferta e demanda, que deverá continuar mexendo mais intensamente com os futuros na CBOT.
PREÇOS NA B3
Na B3, os preços do milho também sobem nesta quinta, se alinhando depois das perdas recentes e acompanhando os ganhos intensos de Chicago. No entanto, o movimento perdeu parte da força, sentindo a pressão do dólar, que voltou a recuar frente ao real nesta quinta-feira.
A moeda norte-americana terminou o dia com R$ 5,42 e queda de 0,74%.
Além do dólar enfraquecido, ainda como explica a Agrinvest, “a evolução da colheita associada ao fraco ritmo das exportações causa pressão para os preços na B3. O custo de originação continua elevado diante da disparada do fretre e dos preços do milho masi firmes no anterior”.
Além disso, os especialistas explicam também que embora os embarques não estejam distantes do mesmo período do ano passado, se distanciam bem de 2023, nesta mesma época, o que preocupa ainda mais frente a uma segunda safra que deverá ficar entre 112 e 115 milhões de toneladas.