Nesta quinta-feira (04), os preços do açúcar recuam nos principais mercados internacionais, pressionados pelo aumento da produção brasileira. Em Nova Iorque, o contrato para outubro/25 cai 0,87%, a 15,89 cents de dólar por libra-peso, enquanto o março/26 recua 0,90%, a 16,50 cents. Em Londres, o outubro/25 é negociado a US$ 481,80, baixa de 0,54%.
O movimento acompanha perdas acumuladas desde terça-feira, quando o açúcar de Nova Iorque atingiu a menor cotação em quatro semanas e o de Londres a menor em uma semana. Segundo a Unica, na primeira quinzena de agosto, a produção de açúcar do Centro-Sul aumentou 16% na comparação anual, totalizando 3,615 milhões de toneladas, e a proporção de cana direcionada à produção de açúcar subiu de 49,15% para 55%.
Apesar do aumento na moagem recente, a produção acumulada do Centro-Sul até meados de agosto registrou queda de 4,7% frente ao mesmo período do ano passado, somando 22,886 milhões de toneladas. O cenário mantém o mercado cauteloso, com a expectativa de oferta robusta limitando a recuperação dos preços.
De acordo com o consultor em açúcar e etanol Leonardo Silvestre, o cenário ainda é de incerteza, com operadores aguardando o fechamento da safra no Centro-Sul do Brasil e o início da produção na Índia e na Tailândia. Silvestre destaca que, apesar de indicadores agrícolas apontarem ATR e TCH da safra brasileira serem menores em relação à última safra, muitas usinas seguem entregando açúcar no mercado. “Os fundos têm aproveitado para jogar o mercado para baixo e monetizar sobre as usinas que deixaram as vendas para o final da safra”, avalia.