As exportações brasileiras de carne bovina in natura atingiram 276,9 mil toneladas em julho, o maior volume da série histórica, com alta de 16,7% na comparação anual. No acumulado de 2025, o avanço é de 13,7%. O preço médio do produto no mês foi de USD 4.270/t, crescimento de 1,9% frente a junho e 25,9% acima de julho de 2024.
Apesar do resultado expressivo, a carne bovina ficou fora da lista de produtos isentos da nova tarifa americana. Desde 6 de agosto, os embarques para os Estados Unidos passaram a pagar 50% sobre os 26,4% já aplicados fora da cota, totalizando 76,4%, o que praticamente inviabiliza o envio para esse mercado.
O spread das exportações em julho subiu para 15%, ante 10% em junho, refletindo a queda de 4,2% no preço do boi em dólares e a alta de 1,9% na carne. Há um ano, o indicador estava em 19%, enquanto a média histórica de dez anos é de 9%, mantendo a indústria em patamares confortáveis tanto no mercado interno quanto externo.
Mesmo sem as compras americanas, o cenário para exportações segue positivo e com potencial para absorver a boa oferta. Ainda assim, com margens projetadas de até R$ 1.000 por cabeça nos preços futuros atuais, o relatório do Itaú BBA recomenda a realização de hedge para reduzir riscos diante de possíveis surpresas no mercado.