O Índice de preços CEAGESP encerrou o mês de julho com variação de -0,02%. No mês anterior, havia ficado em -0,13%. Em julho do ano passado, o índice apresentou variação negativa de -6,25%. O Índice fechado de julho com um acumulado de -7,33% no ano e -0,44% em 12 meses.
Segundo a Seção de Economia e Desenvolvimento (Sedes) da CEAGESP, nesse contexto, o destaque ficou novamente com o setor de Diversos. Esse setor voltou a registrar variação negativa de preços com forte desaceleração de 15,45 pontos percentuais (pp). As boas ofertas de batata e cebola no Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP) continuaram promovendo as reduções de preço no setor.
O Índice CEAGESP, criado em 2009, é um indicador da variação de preços no atacado de uma cesta de 158 itens de Frutas, Legumes, Verduras, Pescados e Diversos (alho, cebola, batata, ovo e amendoim), comercializados no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) da CEAGESP, o maior da América do Sul. Os produtos foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade.
Frutas
O setor de Frutas variou +0,34% em julho, ante uma variação negativa de -0,22% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor registrou variação de +1,71%. Com isso, encerrou julho com um acumulado de -13,02% no ano e de +0,20% em 12 meses. Dos 48 itens cotados nesta cesta de produtos, 48% tiveram alto preço.
As principais altas ocorreram nos preços de pitaia (+109,23%), ameixa importada do Chile (+42,81%), mamão Formosa (+31,18%), melão amarelo (+15,94%) e goiaba branca (+15,06%). As principais reduções ocorreram nos preços de manga Tommy Atkins (-39,93%), manga Palmer (-32,71%), morango (-17,01%), maracujá azedo (-11,88%) e laranja pera (-11,07%).
O setor de Frutas iniciou o mês apresentando volatilidade. Entretanto, ao longo do período, os preços foram arrefecendo. O fim da temporada de férias escolares trouxe para o setor novas altas de preço.
Os preços da pitaia e da ameixa importada foram impulsionados no mercado atacadista devido ao período de entressafra dos produtos. No ETSP, a pitaia fechou o período cotada a R$ 33,60/kg, enquanto a ameixa importada fechou a R$ 22,00/kg. Nos últimos 12 meses, ambos os produtos apresentam variações de preço de -10,3% e +41,7%, respectivamente.
Problemas na colheita do mamão Formosa dificultaram a oferta do produto no mercado atacadista. A fruta aquecida anual de -37,7% e mensal de -13,0% no volume de oferta. Com isso, o produto encerrou o período cotado a R$ 5,48/kg. Nos últimos 12 meses, a variação de preço é de +82,9%, a maior entre todas as frutas comprovadas.
Leguminosas
O setor de Leguminosas variou +11,96% ante uma variação de +11,16% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação negativa de -26,22%, encerrando o mês com um acumulado de +26,77% no ano, e de +27,87% em 12 meses.
Dos 32 itens cotados nesta cesta de produtos, 66% tiveram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de pimentão verde (+77,72%), pepino comum (+69,45%), chuchu (+65,22%), pepino caipira (+60,27%) e abobrinha brasileira (+48,35%). Como principais reduções ocorreram nos preços de pimentão amarelo (-15,57%), pimentão vermelho (-14,98%), tomate Carmem (-11,82%), tomate caqui (-11,72%) e tomate Sweet Grape (-7,53%)
Com isso, este setor encerrou o período apresentando nível alto de 0,8 pp porém, num ritmo mais lento quando comparado ao mês anterior, pois ainda se recupera da corrida noturna no final do mês de junho. Na ocasião, a produção de pimentões, pepinos, abobrinhas e chuchu foi bastante comprometida.
Além disso, o período de entressafra desses produtos restringiu ainda mais sua oferta no mercado atacadista. Na comparação mensal, o pimentão verde registrou variação de -16,0% no volume de oferta; o pepino comum, -18,0%, e o caipira, -31,4%; enquanto o chuchu registrou -4,6%; e, por fim, a abobrinha brasileira teve -28,2%.
A restrição na oferta levou, consequentemente, à alta nos preços desses produtos, que fecharam o período sendo cotados no ETSP a:
• Pimentão verde: R$ 6,93/kg;
• Pepino comum: R$ 3,62/kg;
• Pepino caipira: R$ 4,11/kg;
• Chuchu: R$ 1,97/kg;
• Abobrinha brasileira: R$ 3,80/kg.
Dado esse período de entressafra, a tendência é que os preços desses produtos sigam firmes no mercado atacadista.
Verduras
O setor de Verduras variou +2,84% ante uma variação de -7,16% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação negativa de -16,12%. Com isso, encerramos o mês com um acumulado de -1,00% no ano, e de +7,84% em 12 meses.
Dos 39 itens cotados nesta cesta de produtos, 28% tiveram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de coentro (+72,95%), manjericão (+69,87%), cogumelo shimeji (+7,94%), almeirão (+6,06%) e espinafre (+5,52%). As principais reduções ocorreram nos preços de chicória (-24,62%), brócolos ramoso (-16,69%), repolho liso/verde (-13,72%), alface crespa (-10,22%) e brócolos ninja (-10,05%).
Este setor apresentou alta de preço de 10,0 pp, a maior entre todos os setores específicos, e já apresentou tendência de alta nos meses anteriores. No geral, registrou uma variação anual de -6,3% e mensal de -8,1% no volume de oferta, e a menor disponibilidade dos produtos favoreceu a alta nos preços.
O coentro, por exemplo, registrou uma variação anual de -13,0% e mensal de -3,0% no volume de oferta. A disponibilidade do produto foi menor no mercado atacadista devido às perdas ocorridas na mão de obra, com muitos operadores desse ramo argumentando que o frio noturno intenso prejudicou a qualidade dos coentros, o que elevou sua taxa de descarte.
Os comerciantes que obtiveram itens de maior qualidade comercializaram o produto a preços mais elevados, com a cotação média no encerramento do período tendo sido de R$ 11,72/maço. Nos últimos 12 meses, o coentro apresentou variação de preço de +178,2% e foi o item de maior variação entre todos os 158 analisados para a composição do Índice CEAGESP.
Diversos
O setor de Diversos variou -18,35% ante uma variação de -2,90% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, teve variação de -6,10%. O resultado obtido, fez com que encerrasse o mês com um acumulado de -7,74% no ano, e de -35,15% em 12 meses.
Dos 11 itens cotados nesta cesta de produtos, 91% tiveram redução de preço. Como principais quedas ocorreram nos preços de batata lavada (-40,07%), batata escovada (-35,75%), batata asterix (-34,61%) e cebola nacional (-20,18%). As principais altas foram para os preços de ovos de codorna (+1,84%).
Pelo segundo mês consecutivo, o setor de Diversos encerrou o período com variação negativa de preços, com uma forte desaceleração de 15,45 pp devido, principalmente, às boas ofertas de batata e cebola.
As batatas registraram, em média, uma variação de +65,7% no volume de oferta. Os municípios de Mogi Guaçu (SP), Vargem Grande do Sul (SP), Aguaí (SP) e São Miguel Arcanjo (SP) estão entre as principais origens desses produtos.
A disponibilidade do produto em regiões próximas à capital paulista favoreceu a comercialização, o que acabou contribuindo ainda mais para o resfriamento dos preços. No mercado atacadista, a batata lavada encerrou o período cotada a R$ 1,95/kg; escovada, a R$ 2,76/kg; cada asterix, a R$ 2,64/kg.
Segundo os agentes de mercado, as baixas cotações do produto causam dificuldades para cobrir os custos logísticos e de produção. Nos últimos 12 meses, os tubérculos apresentaram variação de preço de -60,0%, -66,2% e -59,5%, respectivamente.
A cebola nacional apresentou uma variação de +78,2% no volume de oferta. Os municípios de Cristalina (GO) e Aurora (SC) estão entre os que mais enviaram o produto ao ETSP. A cebola nacional encerrou o período cotada a R$ 1,83/kg no mercado atacadista.
Nos últimos 12 meses, o produto apresenta variação de preço de -60,1% e, segundo os agentes de mercado, esse cenário de desvalorização tem impostos desafios aos produtores e comerciantes. A apontada é tentar manter o produto um pouco mais na mão de obra, na tentativa de elevar os preços de comercialização.
Pescados
O setor de Pescados variou -0,96% ante uma variação de -5,41% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de +1,31%. Com os resultados obtidos, encerrou o mês com um acumulado de -4,84% no ano, e de -1,80%, em 12 meses.
Dos 28 itens cotados nesta cesta de produtos, 61% tiveram redução de preço. As principais quedas incluem preços de anchovas (-47,26%), abrótea (-20,30%), pescada maria-mole (-14,56%), pescada branca (-11,26%) e corvina água salgada (-8,28%).
As principais altas registradas nos preços de sardinha Lages (+45,09%), tainha (+14,22%), cavalinha (+12,35%), camarão cativeiro (+7,12%) e betara (+7,06%).
Este setor encerrou o período com variação negativa de preços por quarto mês consecutivo. O alto volume mensal de oferta de anchovas (34,7%), abrótea (341,4%), pescada maria-mole (22,0%), pescada branca (44,4%) e corvina de água salgada (16,7%) favoreceu a queda de preços desses produtos no mercado atacadista.
As anchovas e a pescada branca não estão em período de maior volume de oferta. A expectativa, mantendo-se tudo o mais constante, é que os preços desses sigam com tendência favorável de compra de produtos.
No encerramento do período, as anchovas foram cotadas ao preço médio de R$ 8,44/kg, enquanto a pescada branca fechou a R$ 8,30/kg. Nos últimos 12 meses, ambos os pescados apresentaram variações de preço de +18,2% e +11,2%, respectivamente. Isso demonstra que ainda há margem para novas reduções no mercado atacadista devido à sazonalidade de oferta.
A abrótea apresenta maior volume de oferta nos meses de março e julho. Portanto, a alta na oferta mensal do produto fez com que os preços caíssem. No encerramento do período, foi cotada a R$ 7,62/kg e, nos últimos 12 meses, apresenta variação de preço de +9,5%.
O ritmo lento na comercialização da pescada maria-mole e da corvina de água salgada contribuiu para o resfriamento nos preços de ambos os produtos. No Entreposto de Pescados de São Paulo (EPSP), a pescada maria-mole fechou o período cotada a R$ 5,97/kg, enquanto a corvina fechou a R$ 6,39/kg. Nos últimos 12 meses, as variações de preços foram de -4,6% e -7,7%, respectivamente.