Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, superando os 139 mil pontos pela primeira vez no mês, com ações de bancos entre os principais suportes, notadamente Itaú Unibanco e Banco do Brasil, em dia de desempenho robusto também dos papéis da Braskem.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,04%, a 139.205,81 pontos, tendo marcado 139.280,98 pontos na máxima e 137.455,72 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$18,3 bilhões.
Wall Street colaborou com o viés positivo na bolsa paulista, com o S&P 500 encerrando em alta de 0,24%, em pregão marcado pela expectativa para o resultado da Nvidia, conhecido após o fechamento do mercado norte-americano. O Nasdaq avançou 0,21% e o Dow Jones subiu 0,32%.
De acordo com analistas do Itaú BBA, o cenário atual nos mercados internacionais aponta para uma possível retomada do movimento de alta, o que pode exercer influência positiva na bolsa paulista, um comportamento já observado no pregão da última sexta-feira.
No relatório Diário do Grafista enviado a clientes nesta segunda-feira, porém, eles destacaram que o movimento de melhora do Ibovespa pode não ser tão linear ou consistente.
A agenda do dia incluiu dados do Banco Central sobre o crédito no país, com expansão nas concessões em julho, mas aumento da inadimplência para o maior patamar em quase 8 anos, enquanto o Caged mostrou a abertura de 129.775 vagas formais de trabalho em julho, pior desempenho para o mês em 5 anos.
DESTAQUES
– ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,68%, com o setor como um todo revertendo a fraqueza da primeira parte do pregão, marcado por dados do BC sobre crédito no país, com avanço de 1,2% nas concessões em julho ante junho, enquanto o estoque total cresceu 0,4% e a inadimplência no segmento de recursos livres subiu para 5,2%. BANCO DO BRASIL ON fechou em alta de 1,23%, enquanto BRADESCO PN subiu 0,74% e SANTANDER BRASIL UNIT valorizou-se 0,98%.
– PETROBRAS PN fechou em alta de 0,76%, acompanhando o sinal positivo dos preços do petróleo no exterior. No setor, BRAVA ON avançou 2,6%, PRIO ON subiu 1,64% e PETRORECONCAVO ON encerrou a sessão negociada com acréscimo de 0,55%.
– VALE ON terminou com variação negativa de 0,05%, tendo como pano de fundo a queda dos futuros do minério de ferro na China. No setor, CSN ON e USIMINAS PNA fecharam em alta, após queda em parte do dia, enquanto GERDAU PN recuou 0,12%. O Aço Brasil, que representa as siderúrgicas instaladas no país, revisou estimativas para o desempenho do setor em 2025, elevando fortemente as perspectivas para consumo aparente e importações.
– BRASKEM PNA ganhou 5,79%, na sexta alta consecutiva. Nos últimos pregões, o noticiário envolvendo a petroquímica incluiu o fim da exclusividade nas negociações entre o empresário Nelson Tanure e a Novonor por fatia da companhia, bem como de que a gestora IG4 e bancos credores acertaram período de exclusividade sobre a empresa. No radar, reunião do Gecex na quinta-feira tem na pauta investigação para aplicação de antidumping envolvendo resinas de polietileno
– SÃO MARTINHO ON subiu 4,61%, endossada por relatório de analistas do Citi, que elevaram a recomendação das ações para “compra”, uma vez que não preveem novos gatilhos negativos relevantes no curto prazo. “Embora não esperemos uma recuperação expressiva nos preços de açúcar e etanol no curto prazo, também não vemos motivos para quedas relevantes, o que indica que a ação pode estar próxima do fim de sua tendência de baixa”, afirmaram. O preço-alvo subiu de R$20 para R$20,50.
– AUREN ON recuou 1,66%, em sessão de ajustes, após três altas seguidas. No mês, o papel acumula valorização de quase 15%.