Falta de acordo EUA-China derruba soja em Chicago, mas volta a puxar prêmios no mercado brasileiro
Os preços da soja terminaram a segunda-feira (7) com mais de 2% de queda na Bolsa de Chicago. As perdas nos principais vencimentos foram de 24 a 28,50 pontos, levando o setembro a US$ 10,13 e o novembro a US$ 10,20 por bushel. O mercado foi intensificando suas baixas ao longo do dia, acompanhando um movimento generalizado de baixa das commodities agrícolas. Ainda na CBOT, as perdas do milho foram de mais de 3%.
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Como explicou o diretor da Royal Rural, Ronaldo Fernandes, a falta de um acordo concreto entre os EUA e a China pesou sobre os mercados, além do fato do presidente americano Donald Trump ter subido o tom contra países aliados ao BRICS, voltando a falar em tarifas. Nesta segunda, taxas de 25% ao Japão e à Coreia foram anunciadas, antes da data limite das tarifas recíprocas no dia 9 de julho. A notícia pesou, principalmente, sobre o mercado do milho, uma vez que os japoneses são um dos principais compradores do cereal norte-americano.
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Além disso, a nova safra dos EUA se desenvolve sem grandes ameaças, com o clima ainda bastante favorável no Meio-Oeste americano, o que reforça aos traders as perspectivas de uma safra regular norte-americana, com o a produção de milho podendo, inclusive, superar 400 milhões de toneladas.
O mercado também vai se preparando, ao longo desta semana, a divulgação do novo boletim mensal de oferta e demanda pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que também deve mexer com os ânimos na CBOT.
No Brasil, as oportunidades continuam se apresentando via prêmios. E os valores no mercado brasileiro continuarão subindo, uma vez que a soja brasileira deverá seguir muito demandada na exportação, além de ser disputada ainda com a indústria processadora local.
Acompanhe a análise completa de Ronaldo Fernandes no vídeo acima.