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Em meio a tarifaço, preço do café pode retomar alta a consumidor no Brasil, aponta Abic

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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) – O preço do café torrado e moído, que apresentou uma queda de 12% aos consumidores no varejo brasileiro no acumulado de agosto, pode inverter a tendência na medida em que o custo da matéria-prima disparou para os torrefadores brasileiros, afirmou a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

Em entrevista à Reuters, o diretor-executivo da Abic, Celírio Inácio, notou que nas últimas três semanas os preços do café cru reagiram, recuperando-se das “baixas” observadas em julho, com o mercado local sendo sustentado por uma alta na bolsa ICE, em Nova York, em meio a fatores como o tarifaço dos Estados Unidos, uma safra menor do que a esperada em 2025 e geadas no Brasil.

A cotação do café arábica da ICE avançou cerca de 35% em agosto, com o segundo contrato da commodity na bolsa operando acima de US$3,80 por libra-peso nesta segunda-feira, antes de recuar mais perto do final da sessão para US$3,76.

“Ainda não houve repasse significativo ao consumidor final, mas se o mercado seguir em alta, ou mesmo se mantiver o atual patamar, é inevitável que os preços voltem a se reposicionar para cima nas prateleiras”, disse Inácio.

Ele lembrou que o café torrado e moído é “tomador de preço da matéria-prima”.

Conforme dados da Abic, o café torrado e moído tradicional foi cotado em média de R$58,99 o quilo no varejo brasileiro, queda de cerca de 12% ante o final de julho. Em maio, antes de a colheita brasileira ganhar ritmo e colaborar para a queda nos preços no mercado de maneira geral, o produto era vendido nas gôndolas perto de R$70.

Mas veio o tarifaço anunciado por Donald Trump em julho e depois reforçado, com a notícia de que o café brasileiro não seria isento da taxa de 50%, o que gerou preocupações nos EUA, maior consumidor global, sobre a ausência da oferta do Brasil, maior produtor e exportador.

Na sexta-feira, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Ferreira, disse à Reuters que a tarifa aplicada contra o Brasil desde 6 de agosto inviabiliza as exportações brasileiras aos EUA e é o principal fator por trás da alta nos contratos futuros, diante das incertezas geradas. Ele havia citado também uma safra menor de arábica em relação à expectativa anterior.

Nesta segunda-feira, a consultoria StoneX reduziu a projeção de safra brasileira, citando uma quebra maior na produção de arábica.

Essa alta no preço de Nova York que é referência global acaba se refletindo no mercado brasileiro da commodity. Segundo dados da Abic, a cotação da saca do café cru passou de R$1.777 ao final de julho para R$2.191, alta de 23%.

A Abic ainda destacou que o preço do café industrializado subiu muito menos do que a commodity, que bateu recorde histórico há poucos meses.

Enquanto o café torrado e moído avançou 48,6% no varejo brasileiro desde agosto do ano passado, o preço do café cru subiu 57% no caso do grão arábica. Considerando o período de agosto de 2023 ao mesmo mês do ano passado, a alta na gôndola foi de quase 19%, versus 75% para o grão verde.

Ainda assim, o café torrado e moído foi um dos vilões da inflação do Brasil em 12 meses encerrados em abril, com o varejo refletindo até aquela oportunidade repasses de preços da commodity por frustrações de safras no Brasil e outros países.

Após uma alta de mais de 80% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços da gôndola caíram 1,01% em julho, a primeira queda mensal em um ano e meio.

(Por Roberto Samora)

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METODOLOGIA DE PREÇOS DO ALGODÃO – BBM/SINAP

PRODUTO:Algodão em pluma tipo 41, folha 4 – cor estritamente abaixo da média (strict low middling) – (antigo tipo 6, fibra 30/32 mm, sem característica).
UNIDADE DE MEDIDA:Libra-peso de pluma (0,453597 kg) divulgados em real por libra-peso.
ENTREGA:Preço do produto posto-indústria na mesorregião da cidade de São Paulo.
REGIÃO DE REFERÊNCIA:Negócios feitos nas principais regiões produtoras e consumidoras de algodão do Brasil.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO:A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.
BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:Média aritmética das informações coletadas.
PERIODICIDADE:Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.
HISTÓRICO:Desde janeiro de 2010.
ORIGEM DA INFORMAÇÃO:Corretoras de Mercadorias associadas a Bolsa Brasileira de Mercadorias através de pesquisas diárias de preços
(confira aqui os nomes das Corretoras).
IMPORTANTE:Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Metodologia cotações

COTAÇÕES AGRÍCOLAS BBM

METODOLOGIA DE PREÇOS AGRÍCOLAS DA BOLSA BRASILEIRA DE MERCADORIAS

REGIÃO DE REFERÊNCIA:

Negócios realizados nas principais regiões produtoras e consumidoras dos produtos no Brasil.

TRATAMENTO ESTATÍSTICO:

A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.

BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:

Média aritmética das informações coletadas.

PERIODICIDADE

Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.

HISTÓRICO:

Desde junho de 2018.

ORIGEM DA INFORMAÇÃO:

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

IMPORTANTE::

Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

Lista dos participantes no fornecimento das cotações de preços agrícolas pela BBM

  •  Algotextil Consultores Associados Ltda
  •  Associação dos Cafeicultores de Araguari – ACA
  •  Cereais Pampeiro Ltda
  •  Cerrado Corretora de Merc. & Futuros Ltda
  •  Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas – Cocapec
  •  Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha – Coocafé
  •  Correpar Corretora de Merc. S/S Ltda
  •  Corretora Nacional de Mercadorias
  •  Costa Lima Corretora de Commodities Agrícolas Ltda
  •  Cottonbras Representação S.S. Ltda
  •  Cottonbrasil Corretores Associados Ltda.
  •  Depaula Corretora Ltda
  •  Expoente Correto. Merc. Imp. Export. Com. Represent. Ltda.
  •  Fibra Comercial e Corretora de Merc. Ltda
  •  Globo Corretora de Merc. Ltda
  •  Granos Comércio e Representações Ltda.
  •  Henrique Fracalanza
  •  Horus Algodão Consult. e Corretagens Ltda
  •  Instituto Brasileiro do Feijão e dos Pulses – IBRAFE
  •  JC Agronegócios EIRELI
  •  Laferlins Ltda.
  •  Lefevre Corretora de Mercadorias Ltda
  •  Mafer Agronegócios Ltda
  •  Mercado – Mercantil Corretora de Merc. Ltda
  •  Metasul Corretora Ltda
  •  Orbi Corretora de Mercadorias Ltda.
  •  Pluma Empreendimento e Participações S/S LTDA
  •  Renato – Agronegócio e Licitações Ltda
  •  Renda Corretora de Agroneg. e Transp.s Ltda
  •  Risoy Corretora de Merc.
  •  Robert Daniel Corretora
  •  Rocha Corretora de Merc. Ltda
  •  Rural Assessoria e Commodities Agricolas Ltda
  •  Sandias Corretora de Commodities Ltda
  •  Santiago & Oliveira Com. e Ind. Ltda
  •  Santiago Cotton Ltda
  •  Souza Lima Corretora de Mercadorias Ltda
  •  T.T. Menka Corretora de Mercadorias S/C Ltda.
  •  Translabhoro Serviços Agrícolas Ltda
  •  Vitória Intermediação de Negócios Ltda