A terça-feira (2) tem sido de baixas intensas para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. Por volta de 13h55 (horário de Brasília), as cotações perdiam entre 14 e 15,75 pontos nos principais vencimentos, com o novembro valendo US$ 10,38 e o março, US$ 10,73 por bushel.
Embora os preços do grão tenham suporte das altas do óleo de soja, as perdas de mais de 1% do farelo pesam sobre as cotações. “O mercado volta a focar na oferta de farelo nos EUA, que deve aumentar com a retomada da produção das crushers e a entrada da nova safra. A ausência da China segue implicando em um fraco programa americano de exportação”, afirmam os analistas e consultores de mercado da Agrinvest Commodities.
As baixas intensas para a soja, porém, não são as únicas a serem registradas nas bolsas internacionais nesta terça, uma vez que o dia é de aversão ao risco no mercado global. “O ambiente externo pesa, com bolsas em queda nos EUA e na China, tensões geopolíticas e fortalecimento do dólar frente ao iuan e outras moedas emergentes. Esse movimento reduz ainda mais a competitividade dos grãos americanos no mercado global”, complementam os especialistas.
No Brasil, o dólar disparou na abertura com a influência não só do cenário externo, mas também refletindo o primeiro dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal). A moeda americana chegou a bater nos R$ 5,50 durante a manhã, porém, a alta foi perdendo o ímpeto e, perto de 14h15, subia 0,22% para valer R$ 5,45.
Assim, os futuros do trigo também recuavam na CBOT, bem como açúcar, algodão e, principalmente, o café na Bolsa de Nova York. Os futuros do arábica registravam perdas de mais de 3% na tarde desta terça-feira.