Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar voltou a ceder ante o real nesta segunda-feira, em sintonia com o recuo da moeda norte-americana no exterior, em meio ao receio de que possa haver uma paralisação parcial do governo norte-americano, caso o Congresso dos EUA não chegue a um acordo sobre o orçamento até terça-feira.
O dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 0,35%, aos R$5,3197. No ano, a divisa acumula queda de 13,91%.
Às 17h04, na B3, o dólar para outubro — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,58%, aos R$5,3240.
O dólar engatou perdas ante o real já no início da sessão, acompanhando o sinal negativo vindo do exterior, onde a moeda norte-americana cedia em meio ao risco de paralisação do governo dos EUA. Ainda que o financiamento esteja prestes a expirar, nesta terça-feira, os republicanos e democratas no Congresso dos EUA não dão sinais de que concordarão com uma solução temporária para os gastos.
Neste cenário, o dólar à vista atingiu a cotação mínima de R$5,3052 (-0,63%) às 10h42, acompanhando o recuo da moeda ante a maior parte das demais divisas no exterior. No restante da sessão o dólar recuperou parte da força, mas ainda assim encerrou em queda ante o real.
Entre os eventos do dia, destaque para comentários do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante o evento Itaú Macro Day, em São Paulo.
Galípolo descartou mudanças na abordagem atual da instituição em relação às reservas cambiais e ao estoque de swaps, reforçando que o câmbio no Brasil é flutuante e que a instituição atua para corrigir disfuncionalidades.
“Não há nenhum objetivo ou preocupação no sentido de recomposição de reservas ou mudanças em swaps”, disse Galípolo, acrescentando que o BC tem reservas robustas para responder a qualquer disfuncionalidade no mercado de câmbio.
Questionado sobre o déficit atual da conta corrente brasileira, Galípolo afirmou que o resultado demonstra que a demanda interna segue elevada.
No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo não está fazendo ajuste fiscal vendendo patrimônio, acrescentando que continuará a perseguir as metas fiscais estabelecidas, tanto para 2025 quanto para 2026.
“A meta da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)… está sendo perseguida com todo o esforço”, afirmou Haddad sobre o objetivo de 2025. “Para 2026 vai ser igual”, acrescentou.
No exterior, no fim da tarde o dólar seguia em baixa. Às 17h11 o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,20%, a 97,952.
(Edição de Pedro Fonseca)