Por Ahmed Aboulenein e Andy Sullivan e Nathan Layne e Courtney Rozen
WASHINGTON (Reuters) – A Casa Branca disse nesta sexta-feira que iniciou demissões substanciais em toda a administração dos Estados Unidos, à medida que o presidente Donald Trump cumpre sua ameaça de cortar a força de trabalho federal durante a paralisação do governo.
As demissões ocorrem no Departamento do Tesouro, na agência de saúde dos EUA e nos departamentos de Educação, Comércio e na divisão de Segurança Cibernética da Segurança Interna, disseram porta-vozes, mas a extensão total dos cortes não ficou imediatamente clara. Cerca de 300.000 funcionários civis federais deixarão seus empregos neste ano devido a uma campanha de redução de pessoal iniciada no começo do ano por Trump.
“As RIFs começaram”, escreveu o diretor de orçamento da Casa Branca, Russell Vought, nas mídias sociais, referindo-se às chamadas reduções de força. Um porta-voz do escritório de Orçamento caracterizou os cortes como “substanciais”, sem entrar em detalhes.
Trump ameaçou repetidamente demitir funcionários federais durante o impasse da paralisação, que chega ao seu décimo dia nesta sexta-feira, e sugeriu que seu governo terá como alvo principal as “agências democratas”.
Ele ordenou o congelamento de pelo menos US$28 bilhões em fundos de infraestrutura para Nova York, Califórnia e Illinois — todos Estados com populações consideráveis de eleitores democratas e críticos do governo.
Os republicanos detêm a maioria nas duas Casas do Congresso, mas precisam de pelo menos sete votos democratas para aprovar um projeto de financiamento no Senado, onde os democratas estão aguardando uma extensão dos subsídios para os seguros de saúde.
Os democratas afirmam que não vão ceder às táticas de pressão de Trump.
“Até que os republicanos levem isso a sério, eles são os donos da situação — cada emprego perdido, cada família prejudicada, cada serviço destruído é por causa de suas decisões”, disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer.
Os sindicatos que representam os funcionários federais entraram com uma ação judicial para impedir as demissões, argumentando que elas seriam ilegais durante uma paralisação.
Um juiz federal deverá julgar o caso em 16 de outubro.
O governo é obrigado por lei a notificar os trabalhadores com 60 dias de antecedência antes de qualquer demissão, embora esse prazo possa ser reduzido para 30 dias.
(Reportagem de Ahmed Aboulenein, Richard Cowan, David Shepardson, Courtney Rozen, David Shepardson, Nathan Layne, Daniel Wiessner, Katharine Jackson e Susan Heavey)