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Armazenagem, o elo frágil de uma potência agrícola, por Pollyanna Penido

Os sucessivos recordes de safra, que consolidaram o Brasil como uma potência agrícola e impulsionaram o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), escondem um problema crônico: a falta de armazéns para guardar todos os grãos produzidos. O descompasso entre produção e estocagem vem piorando ano a ano, colocando em risco o desenvolvimento sustentável da produção agrícola e a segurança alimentar e pressionando a inflação dos alimentos.

A capacidade estática atual de armazenagem atingiu 203,1 milhões de toneladas, o que cobre apenas cerca de 60% da produção total de grãos esperada para 2024/25. O déficit é estimado entre 100 e 124 milhões de toneladas.

Com a falta de espaço para estocagem, milhares de produtores são obrigados a escoar a sua produção logo após a colheita, perdendo a oportunidade de esperar melhores condições de mercado. Essa antecipação reduz as margens de lucro, aumenta os custos logísticos com transporte e eleva o risco de perdas por armazenagem inadequada, que pode comprometer a qualidade dos grãos.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o ideal é que a capacidade de armazenagem corresponda a 1,2 vez a produção anual, uma meta ainda distante da realidade brasileira.

Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) revelam a disparidade entre produção e estocagem: entre 2010 e 2025, a produção de grãos no país cresceu a uma média de 5,27% ao ano, enquanto a capacidade de armazenagem avançou apenas 2,80% ao ano.

Ou seja, faltam investimentos em infraestrutura e soluções como armazéns, silos e silo bolsas, para acompanhar o ritmo das safras recordes. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) estima que seriam necessários investimentos da ordem de R$ 15 bilhões por ano para construir armazéns capazes de suporte esse crescimento.

Outro ponto crítico é a baixa capacidade de armazenagem dentro das fazendas produtoras (on-farm), que daria mais autonomia ao produtor na hora de comercializar a sua produção. No Brasil, apenas 15% da capacidade de armazenagem está dentro das fazendas, enquanto nos Estados Unidos, esse índice chega a 53,4%, de acordo com a CNA.

Um dos entraves apontados para a crise no armazenamento, além do crescimento acelerado da produção agrícola, é a escassez de linhas de crédito para investimento em silos e outras estruturas. A avaliação entre os especialistas é de que os recursos públicos disponíveis são insuficientes para atender a demanda do setor.

Um sistema de armazenagem de grãos bem estruturado e eficiente é crucial para qualquer país garantir o abastecimento alimentar e aumentar a competividade do agronegócio. Soluções de armazenagens são fundamentais para a formação de estoques estratégicos, permitindo regular a oferta e os preços em momentos de instabilidade climática ou econômica.  

A expansão da capacidade de estocagem, alinhada ao ritmo de crescimento da produção, é, portanto, um desafio relevante que envolve diferentes agentes e exige planejamento de longo prazo. Garantir infraestrutura adequada para o armazenamento é um passo necessário para manter a competitividade do agronegócio e assegurar o aproveitamento pleno das safras colhidas.

Pollyanna Penido é diretora Comercial da Lonax, Indústria Brasileira de Lonas.

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METODOLOGIA DE PREÇOS DO ALGODÃO – BBM/SINAP

PRODUTO:Algodão em pluma tipo 41, folha 4 – cor estritamente abaixo da média (strict low middling) – (antigo tipo 6, fibra 30/32 mm, sem característica).
UNIDADE DE MEDIDA:Libra-peso de pluma (0,453597 kg) divulgados em real por libra-peso.
ENTREGA:Preço do produto posto-indústria na mesorregião da cidade de São Paulo.
REGIÃO DE REFERÊNCIA:Negócios feitos nas principais regiões produtoras e consumidoras de algodão do Brasil.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO:A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.
BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:Média aritmética das informações coletadas.
PERIODICIDADE:Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.
HISTÓRICO:Desde janeiro de 2010.
ORIGEM DA INFORMAÇÃO:Corretoras de Mercadorias associadas a Bolsa Brasileira de Mercadorias através de pesquisas diárias de preços
(confira aqui os nomes das Corretoras).
IMPORTANTE:Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Metodologia cotações

COTAÇÕES AGRÍCOLAS BBM

METODOLOGIA DE PREÇOS AGRÍCOLAS DA BOLSA BRASILEIRA DE MERCADORIAS

REGIÃO DE REFERÊNCIA:

Negócios realizados nas principais regiões produtoras e consumidoras dos produtos no Brasil.

TRATAMENTO ESTATÍSTICO:

A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.

BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:

Média aritmética das informações coletadas.

PERIODICIDADE

Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.

HISTÓRICO:

Desde junho de 2018.

ORIGEM DA INFORMAÇÃO:

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

IMPORTANTE::

Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

Lista dos participantes no fornecimento das cotações de preços agrícolas pela BBM

  •  Algotextil Consultores Associados Ltda
  •  Associação dos Cafeicultores de Araguari – ACA
  •  Cereais Pampeiro Ltda
  •  Cerrado Corretora de Merc. & Futuros Ltda
  •  Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas – Cocapec
  •  Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha – Coocafé
  •  Correpar Corretora de Merc. S/S Ltda
  •  Corretora Nacional de Mercadorias
  •  Costa Lima Corretora de Commodities Agrícolas Ltda
  •  Cottonbras Representação S.S. Ltda
  •  Cottonbrasil Corretores Associados Ltda.
  •  Depaula Corretora Ltda
  •  Expoente Correto. Merc. Imp. Export. Com. Represent. Ltda.
  •  Fibra Comercial e Corretora de Merc. Ltda
  •  Globo Corretora de Merc. Ltda
  •  Granos Comércio e Representações Ltda.
  •  Henrique Fracalanza
  •  Horus Algodão Consult. e Corretagens Ltda
  •  Instituto Brasileiro do Feijão e dos Pulses – IBRAFE
  •  JC Agronegócios EIRELI
  •  Laferlins Ltda.
  •  Lefevre Corretora de Mercadorias Ltda
  •  Mafer Agronegócios Ltda
  •  Mercado – Mercantil Corretora de Merc. Ltda
  •  Metasul Corretora Ltda
  •  Orbi Corretora de Mercadorias Ltda.
  •  Pluma Empreendimento e Participações S/S LTDA
  •  Renato – Agronegócio e Licitações Ltda
  •  Renda Corretora de Agroneg. e Transp.s Ltda
  •  Risoy Corretora de Merc.
  •  Robert Daniel Corretora
  •  Rocha Corretora de Merc. Ltda
  •  Rural Assessoria e Commodities Agricolas Ltda
  •  Sandias Corretora de Commodities Ltda
  •  Santiago & Oliveira Com. e Ind. Ltda
  •  Santiago Cotton Ltda
  •  Souza Lima Corretora de Mercadorias Ltda
  •  T.T. Menka Corretora de Mercadorias S/C Ltda.
  •  Translabhoro Serviços Agrícolas Ltda
  •  Vitória Intermediação de Negócios Ltda