Corretoras da BBM arremataram 85% do volume de arroz na última disputa
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) segue trabalhando na estratégia de formação de estoques públicos de arroz e milho. A medida, que conta com investimento de R$ 180 milhões, é resultado de um processo de diálogo com o setor produtivo e de mobilização do governo federal, iniciado em junho deste ano. Na última semana, a Companhia realizou a segunda rodada de operações de Contratos de Opção de Venda (COV) para a aquisição de até 110 mil toneladas de arroz, ainda da safra 2024/2025. Ao todo, foram ofertados 4.074 contratos, com vencimentos em 30 de setembro e 31 de outubro.
Os leilões de COV registraram forte adesão por parte dos produtores, especialmente do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. “Foi um leilão bem disputado com três vezes mais interessados do que o ofertado”, resumiu o presidente do Conselho Administrativo da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), Christiano Erhart. Nos mais recentes leilões da Conab, promovidos na quinta (21) e sexta-feira (22), foram negociadas 109,2 mil toneladas de arroz — 99,8% do total ofertado. Santa Catarina também teve 100% dos lotes arrematados. A BBM, por meio de quatro de suas corretoras de mercadorias associadas, adquiriu um total de 2.482 contratos, referentes a aproximadamente 67 mil toneladas de arroz em casca, 85% do total das 80 mil toneladas ofertadas para o Rio Grande do Sul.
Segundo o dirigente, o atual preço do arroz no estado gaúcho apresenta variações dependendo da região em que é comercializado. Em lugares próximos aos portos, por exemplo, a saca de 50 quilos gira em torno dos R$ 72,00. Já no interior do estado, os valores tendem a ser mais baixos, em torno de R$ 65,00 a saca. Após o leilão, foram constatadas quedas nos preços de balcão. Um dos fatores que impulsionou a competitividade do leilão, foi a grande quantidade ainda não comercializada da safra, além do preço de exercício superior ao mercado atual. O ágio do leilão teve uma alta significativa nos contratos, que chegou no primeiro lote a um custo total em torno de R$ 3,68 por saca —descontando do preço de exercícios chegou-se a um valor próximo dos R$ 70,00, valor este acima do preço de balcão. “Isso fez com que os produtores tivessem forte interesse nos contratos, além do problema de liquidez no mercado com a atual retração de compra das indústrias”, resumiu Erhart.
Novas rodadas para recompor estoques públicos
Também na sexta-feira (22), a Conab promoveu em Pelotas (RS), o ato de retomada dos estoques públicos de arroz no Brasil, após 11 anos. A Conab divulgou que irá fazer um anúncio na próxima segunda-feira (1º), para a formação de estoques de arroz com previsão de aquisição de até 300 mil toneladas da próxima safra 2025/2026 -, durante ato na Expointer em Esteio (RS), às 10h30.
Demais ações
Além dessa nova rodada de leilões da COV, a Companhia está autorizada a adquirir até 20 mil toneladas de arroz por meio da Aquisição do Governo Federal (AGF), ferramenta prevista na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) que visa assegurar o preço mínimo aos agricultores e agricultoras. A aquisição foi autorizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Na próxima semana, a Conab também realiza um leilão de milho com participação das corretoras.