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Projeções indicam redução nos números da safra de trigo no Brasil

Por Bolsa Brasileira de Mercadorias BBM

A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) reuniu na última semana, representantes de regiões produtoras do grão em um webinar que levantou as expectativas em relação à safra nacional do cereal. “Esse é um momento muito importante para todo o setor, pois temos a oportunidade de, por meio dos relatos apresentados, termos uma visão panorâmica da produção nacional de trigo”, destacou o presidente-executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa.

 

Confira as cotações atualizadas do trigo no Indicador BBM

 

“Iniciamos a safra de 2021 tendo, talvez, um dos cenários mais desafiadores dos últimos anos. Tivemos uma quebra considerável do trigo em algumas regiões, como São Paulo e Paraná, e também da safra de milho, que deu sustentação aos preços do trigo. Além disso, contamos com uma volatilidade muito grande do câmbio, que tem dificultado os planejamentos dos moinhos. Enfim, um cenário desafiador para todos que estão na cadeia do grão”, destacou o Commodity Trader na Gavilon, Pedro Sampaio, moderador do evento.

 

Iniciando as apresentações, o agrometeorologista da Climatempo, Celso Luís de Oliveira Filho, destacou o cenário climático dos próximos meses, enfatizando as previsões direcionadas ao cultivo do trigo no Brasil. “Tivemos, nos últimos meses, três ondas de frio em sequência, que afetaram os campos do cereal. Nessa reta final da colheita, destacamos um cenário de neutralidade, após o La Niña. Porém, se olharmos o que vai acontecer pela frente, percebemos um resfriamento do Pacífico, que pode indicar o desenvolvimento de um novo fenômeno”, destacou.

 

“O cenário é de chuvas fortes no Sul, mas não persistentes. Chances de queda de temperaturas, de forma acentuada, até o final de setembro e, no caso do Cerrado, um aumento de precipitações já em outubro, mas com mais certeza no decorrer de novembro”, resumiu ele.

 

Projeções da produção de trigo no Brasil

 

Abrindo as perspectivas da produção de trigo nas principais regiões, o diretor-técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater/RS, Alencar Paulo Rugeri, apresentou o cenário da produção nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “Tivemos um incremento de 13,29% de área e 21,6% de produtividade. Temos uma expectativa de produção em torno de 3,5 mi toneladas para a safra desse ano. É um ano animador para a cultura do trigo gaúcho e para todas as culturas de inverno no estado”, destacou.

 

Para Santa Catarina, a expectativa é de um incremento de área e de produtividade, com estimativa de produção de mais de 307 mil toneladas no estado. “Temos a expectativa de uma boa produção de trigo nos dois estados nesse ano, o que pode garantir a alta rentabilidade aos produtores”, concluiu Rugeri.

 

O Paraná já iniciou a colheita na região Norte do estado, com uma produtividade não muito alta, porém a expectativa é de uma boa safra esse ano. “As lavouras estão vindo bem, se desenvolvendo em boa parte das regiões de maneira satisfatória, com previsão de alta produtividade. Temos boas estimativas para a safra paranaense até o fim da colheita”, ressaltou em sua apresentação o gerente de Suprimentos e Logística no Moinho Globo, Rui Souza. O gerente estima que o Paraná terá uma produção de cerca de 3,3 mi toneladas.

 

Os números de São Paulo não são animadores, de acordo com o presidente da Câmara Setorial de Trigo do estado, Victor Oliveira. Segundo ele, as geadas e a estiagem castigaram os campos paulistas, prejudicando a produção do cereal. “Ainda é cedo, pois apenas 10% do trigo do estado foi colhido, mas sabemos que a expectativa é de uma safra não muito positiva. Tínhamos uma estimativa de uma safra recorde, mas os fatores climáticos impactaram a produção”.

 

Representando o Cerrado, o presidente da Associação dos Triticultores do Estado de Minas Gerais (Atriemg), Eduardo Abrahim, enfatizou que o cenário da região não é muito diferente de São Paulo. De acordo com ele, os campos foram mais afetados pelas geadas do que pelas secas. “Em Minas Gerais, podemos prever uma produção de cerca de 130 mil t, o que, em comparação com o ano passado, indica uma quebra de praticamente 50%. “Em Goiás, o cenário é muito parecido, porém um pouco melhor, com menos áreas afetadas pelas mudanças climáticas. A estimativa é de 150 mil t no estado. Já a Bahia, acreditamos que teremos entre 20 e 30 mil t”.

 

Trigo na ração animal

 

A quebra da safra do milho impactou o mercado, que passou a buscar o trigo para a nutrição animal, pelas fábricas de ração, movimento comum no mercado nacional e internacional. “No mundo, cerca de 20% do volume total de trigo é utilizado para a alimentação animal. No Brasil esse número pode chegar a cerca de 6% da produção”, informou o gerente Nacional de Originação de Grãos na Seara, Valdecir Martins.

 

“O uso do trigo na ração animal, de maneira geral, é um produto alternativo, entrando na composição quando o preço do milho sobe muito, atrelado a escassez, ou quando o cereal não tem qualidade para a panificação e acaba sendo comercializado para ração animal”, explicou ele.

 

Encerrando o evento, o moderador destacou o dinamismo do mercado, ressaltando a alta concorrência pelo trigo gaúcho, pela movimentação comercial da ração animal, da exportação e das trades. “Começamos o ano de 2021 com uma expectativa de safra recorde de trigo no Brasil, mas, com os relatos que acompanhamos aqui, podemos dizer que temos uma perspectiva de safra normal, na casa de 6 ou 7 mi toneladas”, concluiu.

 

O evento completo está disponível no canal da Abitrigo no YouTube

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logo_sinap

METODOLOGIA DE PREÇOS DO ALGODÃO – BBM/SINAP

PRODUTO:Algodão em pluma tipo 41, folha 4 – cor estritamente abaixo da média (strict low middling) – (antigo tipo 6, fibra 30/32 mm, sem característica).
UNIDADE DE MEDIDA:Libra-peso de pluma (0,453597 kg) divulgados em real por libra-peso.
ENTREGA:Preço do produto posto-indústria na mesorregião da cidade de São Paulo.
REGIÃO DE REFERÊNCIA:Negócios feitos nas principais regiões produtoras e consumidoras de algodão do Brasil.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO:A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.
BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:Média aritmética das informações coletadas.
PERIODICIDADE:Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.
HISTÓRICO:Desde janeiro de 2010.
ORIGEM DA INFORMAÇÃO:Corretoras de Mercadorias associadas a Bolsa Brasileira de Mercadorias através de pesquisas diárias de preços
(confira aqui os nomes das Corretoras).
IMPORTANTE:Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Metodologia cotações

COTAÇÕES AGRÍCOLAS BBM

METODOLOGIA DE PREÇOS AGRÍCOLAS DA BOLSA BRASILEIRA DE MERCADORIAS

REGIÃO DE REFERÊNCIA:

Negócios realizados nas principais regiões produtoras e consumidoras dos produtos no Brasil.

TRATAMENTO ESTATÍSTICO:

A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.

BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:

Média aritmética das informações coletadas.

PERIODICIDADE

Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.

HISTÓRICO:

Desde junho de 2018.

ORIGEM DA INFORMAÇÃO:

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

IMPORTANTE::

Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

Lista dos participantes no fornecimento das cotações de preços agrícolas pela BBM

  •  Algotextil Consultores Associados Ltda
  •  Associação dos Cafeicultores de Araguari – ACA
  •  Cereais Pampeiro Ltda
  •  Cerrado Corretora de Merc. & Futuros Ltda
  •  Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas – Cocapec
  •  Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha – Coocafé
  •  Correpar Corretora de Merc. S/S Ltda
  •  Corretora Nacional de Mercadorias
  •  Costa Lima Corretora de Commodities Agrícolas Ltda
  •  Cottonbras Representação S.S. Ltda
  •  Cottonbrasil Corretores Associados Ltda.
  •  Depaula Corretora Ltda
  •  Expoente Correto. Merc. Imp. Export. Com. Represent. Ltda.
  •  Fibra Comercial e Corretora de Merc. Ltda
  •  Globo Corretora de Merc. Ltda
  •  Granos Comércio e Representações Ltda.
  •  Henrique Fracalanza
  •  Horus Algodão Consult. e Corretagens Ltda
  •  Instituto Brasileiro do Feijão e dos Pulses – IBRAFE
  •  JC Agronegócios EIRELI
  •  Laferlins Ltda.
  •  Lefevre Corretora de Mercadorias Ltda
  •  Mafer Agronegócios Ltda
  •  Mercado – Mercantil Corretora de Merc. Ltda
  •  Metasul Corretora Ltda
  •  Orbi Corretora de Mercadorias Ltda.
  •  Pluma Empreendimento e Participações S/S LTDA
  •  Renato – Agronegócio e Licitações Ltda
  •  Renda Corretora de Agroneg. e Transp.s Ltda
  •  Risoy Corretora de Merc.
  •  Robert Daniel Corretora
  •  Rocha Corretora de Merc. Ltda
  •  Rural Assessoria e Commodities Agricolas Ltda
  •  Sandias Corretora de Commodities Ltda
  •  Santiago & Oliveira Com. e Ind. Ltda
  •  Santiago Cotton Ltda
  •  Souza Lima Corretora de Mercadorias Ltda
  •  T.T. Menka Corretora de Mercadorias S/C Ltda.
  •  Translabhoro Serviços Agrícolas Ltda
  •  Vitória Intermediação de Negócios Ltda