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ARTIGO – Avaliação do Plano de Safra e nova MP que altera regras do financiamento privado do setor

Por Bolsa Brasileira de Mercadorias BBM

Na terça-feira (18), em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, foi divulgado o novo Plano de Safra Agrícola 2019/2020, com anúncio de R$ 225,59 bilhões destinados à agricultura, sendo R$ 169,33 bilhões para custeio, comercialização e industrialização e R$ 53,41 bilhões para investimentos. Um dia depois, em reunião no Instituto Pensar Agro (IPA) na Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), tivemos a oportunidade de obter mais informações e subsídios a respeito do Plano de Safra anunciado e da nova Medida Provisória (MP) que será editada nos próximos dias, alterando pontos importantes da Lei 8.427/92, que dispõe sobre a concessão de subvenção econômica nas operações de crédito rural, da Lei 8.929/94, que institui a Cédula de Produto Rural, e da Lei 11.076/2004, que trata do Certificado de Depósito Agropecuário (CDA), do Warrant Agropecuário (WA), do Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e do Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

 

Diversos pontos do novo Plano de Safra Agrícola 2019/2020 e das novas medidas do governo para agricultura merecem destaque, sendo os principais:

 

Seguro Rural – Aumento do volume de recursos para o Programa de Subvenção ao Prêmio Rural, passando de R$ 500 milhões para R$ 1 bilhão. Além de ter dobrado em relação ao ano anterior, essa nova receita permitirá auxiliar o pagamento de prêmios de seguros rurais com recursos subsidiados, contemplando uma área segurada de 15,6 milhões de hectares, com 212 mil apólices e R$ 42 bilhões em valores segurados.  Uma grande preocupação do setor é o fato de esse dinheiro não estar na linha dos recursos obrigatórios, podendo, então, ser contingenciado caso sejam necessários ajustes fiscais por parte do governo.  

 

Alterações na Cédula de Produto Rural (CPR) / Cédula de Produto Rural Financeira (CPRF) dolarizada – Nova MP trará a previsão de cotação da CPR em moeda estrangeira, sendo esta, no caso, o dólar. Haverá a regulamentação sobre quais tipos de CPR's poderão ser emitidas em dólar, bem como a previsão de alterações nas regras dos Títulos do Agronegócio e de avaliação da nomenclatura de outros títulos. A principal inovação será a permissão para registros de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Certificado dos Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) em dólar por instituição credenciada no exterior pelo Banco Central do Brasil (Bacen). Esse fato, alinhado às CPR's em dólar, permitirá que haja facilidade de captação, o que, somado ao registro em entidade no exterior, poderá solucionar a questão da tributação dos títulos em dólar no Brasil, atualmente associada a variações cambiais. Com essa medida, portanto, espera-se poder confluir para o desenho de financiamento rural para o qual pretende-se evoluir. A ideia é que seja possível dotar os produtores de mecanismos eficientes para o mercado de crédito, de forma a poder viabilizar paulatinamente o crédito no Brasil. A ideia é liberar as amarras legais para que os instrumentos de crédito funcionem perfeitamente para os produtores rurais brasileiros.

 

Fundo de Aval Fraterno (FAF) – Permitirá a criação de consórcios de dois a dez produtores rurais para ampliar garantias dos produtores consorciados e auxiliá-los na medida em que se encontrarem em situação de estresse financeiro, podendo os produtores endividados acessar linhas de crédito do BNDES para recomposição de dívidas. O FAF facilitará a renegociação de dívidas dos produtores rurais junto a bancos, distribuidoras ou agroindústrias. Para essas renegociações, o BNDES já dispõe de R$ 5 bilhões, com prazo de pagamento de até 12 anos e  até 3 anos de carência. 

 

Recursos para provedores de insumos e indústrias – Será criada uma linha de crédito do FAT Giro Rural para que os provedores de insumos e indústrias peguem dinheiro do BNDES e recomponham as dívidas dos produtores rurais para ganhar fôlego. Com previsão de prazo limite de sete anos no financiamento. Haverá ainda, até 3 anos de carência. Essa linha de crédito não se dará por meio da MP, trata-se de uma negociação direta com o BNDES.

 

Patrimônio de Afetação  Serão adotadas regras e critérios para o desmembramento do imóvel do produtor rural dado como garantia nos financiamentos. Essa medida permitirá que o produtor rural afete exclusivamente o patrimônio rural desejado e delimitado de uma propriedade. Os produtores poderão particionar o seu patrimônio numa registradora eletrônica a ser criada, de forma que o registrador eletrônico emita o certificado sem a participação ou influência de cartórios de registro de imóveis, reduzindo custos. Eventualmente, se houver problema de inadimplência do produtor, a lei estabelecerá que o credor execute o certificado emitido na registradora, comunicando o cartório sobre a parcela da propriedade que será afetada em favor do credor, não toda a propriedade rural. Para isso, todas áreas da propriedade deverão estar em conformidade com as coordenadas de georreferenciamento. O particionamento obedecerá a imposições legais de uma propriedade rural e às reservas legais. Essa medida beneficiará os produtores rurais, evitando superdimensionamento de garantias e custos cartoriais elevados.

 

O Ministério da Economia solicitou ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) um estudo para levantar a questão dos custos cartoriais no Brasil, em que será feita uma análise da correlação de preços entre o PIB agrícola e os valores dos custos cartoriais dos estados e municípios, com o objetivo de criar uma ferramenta poderosa para enfrentar o grande problema do monopólio de cartórios, que impõe pesados ônus aos agentes do agronegócio, sem critérios, regulação e limites. Os custos cartoriais, em várias situações, chegam a ser mais elevados que os juros pagos por produtores no financiamento da atividade.  

 

Recursos aos cerealistas  R$ 200 milhões poderão ser acessados por empresas cerealistas especificamente para a construção de novos armazéns. Atualmente existe uma discussão a respeito de quais são realmente os números referentes ao déficit de armazenamento de grãos no Brasil. Há quem acredite que sejam menores que os oficialmente divulgados pelo governo, mas, de todo modo, é ponto pacifico a existência de um déficit expressivo de armazenamento, de maneira que, com essa medida, pretende-se diminuir o problema de falta de espaço para estocar a produção.

 

Extensão da equalização  Atualmente apenas bancos públicos e cooperativas podem acessar diretamente os recursos de equalização. As demais entidades têm acesso somente por meio do BNDES, que cobra 1% de taxa. A ideia não é diminuir o tamanho de nenhum banco, mas que todos possam acessar diretamente os recursos de equalização, já que é interessante para o produtor rural mais competição e mais bancos no mercado.

 

Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – Os recursos destinados ao Pronaf (pequenos produtores), com taxas de juros subsidiadas de 3% a 4,5% ao ano, e ao Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), com taxas de 6% ao ano, pela primeira vez ultrapassam os recursos destinados à agricultura comercial.     

 

Aplicativo Plantio Certo – Produtores rurais poderão acessar via aplicativo as informações oficiais do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) da Embrapa. O app está disponível na loja da Embrapa na Play Store e permite identificar a melhor época de plantio de culturas, minimizando assim os riscos relacionados a fenômenos climáticos. Também haverá uma nova metodologia de avaliação dos riscos de sistemas agrícolas e será assinado um decreto instituindo o Programa Nacional de ZARC.

 

Recursos para pesca e aquicultura – Empresas de pescados e produtos da aquicultura contarão com financiamento para comercialização. Além disso, serão determinados preços de referência para esses produtos. 

 

Apoio à comercialização – Serão expressivamente diminuídos os recursos destinados aos instrumentos de apoio à comercialização da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). No ano anterior, foram investidos R$ 2,4 bilhões, enquanto este ano o valor foi reduzido para R$ 1,85 bilhão, sendo parte desses recursos  direcionados à subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). O orçamento também será destinado aos seguintes instrumentos de apoio à comercialização: Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), de R$ 1 bilhão; Aquisição do Governo Federal (AGF) e contrato de opção, de R$ 600 milhões, e equalização para venda de estoques, de R$ 250 milhões.

 

Por Cesar Costa, diretor-geral da Bolsa Brasileira de Mercadorias

 

Para obter mais informações sobre o Plano de Safra 2019/2020, acesse: http://www.agricultura.gov.br/plano-safra/plano-safra.

 

 

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logo_sinap

METODOLOGIA DE PREÇOS DO ALGODÃO – BBM/SINAP

PRODUTO:Algodão em pluma tipo 41, folha 4 – cor estritamente abaixo da média (strict low middling) – (antigo tipo 6, fibra 30/32 mm, sem característica).
UNIDADE DE MEDIDA:Libra-peso de pluma (0,453597 kg) divulgados em real por libra-peso.
ENTREGA:Preço do produto posto-indústria na mesorregião da cidade de São Paulo.
REGIÃO DE REFERÊNCIA:Negócios feitos nas principais regiões produtoras e consumidoras de algodão do Brasil.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO:A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.
BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:Média aritmética das informações coletadas.
PERIODICIDADE:Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.
HISTÓRICO:Desde janeiro de 2010.
ORIGEM DA INFORMAÇÃO:Corretoras de Mercadorias associadas a Bolsa Brasileira de Mercadorias através de pesquisas diárias de preços
(confira aqui os nomes das Corretoras).
IMPORTANTE:Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Metodologia cotações

COTAÇÕES AGRÍCOLAS BBM

METODOLOGIA DE PREÇOS AGRÍCOLAS DA BOLSA BRASILEIRA DE MERCADORIAS

REGIÃO DE REFERÊNCIA:

Negócios realizados nas principais regiões produtoras e consumidoras dos produtos no Brasil.

TRATAMENTO ESTATÍSTICO:

A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.

BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:

Média aritmética das informações coletadas.

PERIODICIDADE

Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.

HISTÓRICO:

Desde junho de 2018.

ORIGEM DA INFORMAÇÃO:

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

IMPORTANTE::

Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

Lista dos participantes no fornecimento das cotações de preços agrícolas pela BBM

  •  Algotextil Consultores Associados Ltda
  •  Associação dos Cafeicultores de Araguari – ACA
  •  Cereais Pampeiro Ltda
  •  Cerrado Corretora de Merc. & Futuros Ltda
  •  Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas – Cocapec
  •  Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha – Coocafé
  •  Correpar Corretora de Merc. S/S Ltda
  •  Corretora Nacional de Mercadorias
  •  Costa Lima Corretora de Commodities Agrícolas Ltda
  •  Cottonbras Representação S.S. Ltda
  •  Cottonbrasil Corretores Associados Ltda.
  •  Depaula Corretora Ltda
  •  Expoente Correto. Merc. Imp. Export. Com. Represent. Ltda.
  •  Fibra Comercial e Corretora de Merc. Ltda
  •  Globo Corretora de Merc. Ltda
  •  Granos Comércio e Representações Ltda.
  •  Henrique Fracalanza
  •  Horus Algodão Consult. e Corretagens Ltda
  •  Instituto Brasileiro do Feijão e dos Pulses – IBRAFE
  •  JC Agronegócios EIRELI
  •  Laferlins Ltda.
  •  Lefevre Corretora de Mercadorias Ltda
  •  Mafer Agronegócios Ltda
  •  Mercado – Mercantil Corretora de Merc. Ltda
  •  Metasul Corretora Ltda
  •  Orbi Corretora de Mercadorias Ltda.
  •  Pluma Empreendimento e Participações S/S LTDA
  •  Renato – Agronegócio e Licitações Ltda
  •  Renda Corretora de Agroneg. e Transp.s Ltda
  •  Risoy Corretora de Merc.
  •  Robert Daniel Corretora
  •  Rocha Corretora de Merc. Ltda
  •  Rural Assessoria e Commodities Agricolas Ltda
  •  Sandias Corretora de Commodities Ltda
  •  Santiago & Oliveira Com. e Ind. Ltda
  •  Santiago Cotton Ltda
  •  Souza Lima Corretora de Mercadorias Ltda
  •  T.T. Menka Corretora de Mercadorias S/C Ltda.
  •  Translabhoro Serviços Agrícolas Ltda
  •  Vitória Intermediação de Negócios Ltda