Os preços do açúcar encerraram esta quinta-feira (11) em alta nas bolsas de Nova Iorque e Londres, impulsionados pela divulgação dos novos números da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). O relatório da primeira quinzena de setembro mostrou crescimento na produção do adoçante no Centro-Sul, mas também apontou sinais de perda de competitividade frente ao etanol, o que trouxe suporte adicional às cotações.
Em Nova Iorque, o contrato março/26 avançou 27 pontos, negociado a 16,40 cents/lbp (+1,67%). O maio/26 subiu 21 pontos, cotado a 15,92 cents/lbp (+1,34%). O julho/26 ganhou 19 pontos, a 15,79 cents/lbp (+1,22%), enquanto o outubro/26 fechou em 16,02 cents/lbp, com valorização de 17 pontos (+1,07%).
Na Bolsa de Londres, o dezembro/25 registrou alta de US$ 5,90, para US$ 458,70 por tonelada (+1,30%). O março/26 avançou US$ 5,70, a US$ 454,30 por tonelada (+1,27%). O maio/26 subiu US$ 5,50, cotado a US$ 453,90 por tonelada (+1,23%), enquanto o agosto/26 encerrou em US$ 452,50 por tonelada, com ganho de US$ 5,30 (+1,18%).
Segundo a Unica, a produção de açúcar no Centro-Sul somou 3,62 milhões de toneladas na primeira quinzena de setembro, avanço de 15,72% frente ao mesmo período do ano passado. Apesar do aumento anual, o volume caiu em relação à segunda metade de agosto, indicando menor ritmo de moagem.
O levantamento também revelou uma redução no mix açucareiro. A proporção de cana destinada ao adoçante caiu de 54,2% na segunda quinzena de agosto para 53,5% na primeira metade de setembro. Em Goiás e Mato Grosso, a queda foi ainda mais acentuada, de 1,0 e 1,2 ponto percentual, respectivamente.
“A mudança mais intensa nas regiões afastadas do litoral retrata a perda de competitividade do açúcar frente à fabricação do etanol, estimulando de forma mais efetiva a alteração na estratégia de alocação das unidades produtoras nesses locais”, afirmou Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da entidade.
Apesar da leve mudança no “mix” de açúcar, o total de cana destinado ao adoçante ainda se mantém em patamares historicamente elevados no acumulado da safra 2025/26, com o produto mais rentável do que o biocombustível em boa parte do período. De abril até a primeira quinzena de setembro, 52,85% da matéria-prima foi destinada à fabricação de açúcar, contra 48,95% no mesmo período do ano passado, com o restante alocado à produção de etanol.
Outro fator que reforça a perspectiva de menor produção é a queda no teor de açúcar recuperável da cana processada. O índice passou de 160,07 quilos por tonelada (kg/ton) em 2024 para 154,58 kg/ton neste ano, o que reduz a eficiência da matéria-prima para a fabricação do adoçante.