Os futuros do café arábica voltaram a disparar na Bolsa de Nova York e sobem mais de 3% no início da tarde desta sexta-feira (22). Por volta de 12h15 (horário de Brasília), as cotações subiam de 3,04% a 3,7%, com os ganhos mais intensos se dando nos contratos mais próximos, ainda diante de uma nítida preocupação do mercado com a oferta restrita.
Os preços estendem suas altas da sessão anterior e testam, nesta sexta, sua máximas em três meses. O mercado vem registrando um rally de duas semanas com combustível forte vindo dos fundamentos.
“Os preços do café também se sustentam em meio a preocupações com a oferta mais restrita de café nos EUA, já que compradores americanos estão anulando novos contratos de compra de grãos brasileiros devido às tarifas de 50% impostas às exportações brasileiras para os EUA. Isso está restringindo a oferta de café no mercado americano, já que cerca de um terço do café não torrado vem do Brasil”, afirmam os analistas de mercado do portal internacional Barchart.
O diretor do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, complementa a análise falando sobre a conscientização do mercado global sobre a restrição de oferta.
“As cotações sobem à medida que os operadores vão se conscientizando que o aperto entre produção e consumo global continua, agora agravado com o tarifaço dos EUA sobre os cafés do Brasil, maior produtor do mundo e maior fornecedor de café para o mercado americano”, explica. Além disso, ainda segundo o especialista, “a quebra na atual safra brasileira de arábica 2025 foi maior do que a estimada pelos operadores do mercado; as incertezas no mercado global de café com o tarifaço dos EUA sobre as importações de cafés brasileiros, que desorganiza o comércio internacional de café”.
No robusta, o movimento não é diferente. Os futuros negociados na Bolsa de Londres sobem mais de 100 pontos e também refletem essa “desorganização do comércio internacional”.
O setembro vale US$ 4870,00 por tonelada, o novembro, US$ 4635,00 e o março/26, US$ 4428,00. Os atuais patamares do robusta também refletem máximas em quase três meses na Bolsa de Londres.