Na terça-feira (19.08), no nono episódio da série América Clima e Mercado, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) esteve no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos da América (EUA), para analisar os desafios da safra local. A equipe destacou que o estado possui uma das maiores bacias leiteiras dos EUA e uma agricultura marcada por propriedades de pequeno porte.
Segundo o diretor administrativo da Aprosoja MT, Diego Bertuol, Wisconsin é um dos menores estados visitados em termos de área cultivada, mas ainda assim tem papel relevante na produção agrícola.
“É um dos menores estados em lavoura que nós visitamos. Tem 2 milhões de hectares e módulos pequenos de produtores, até 250 hectares na região central e sudeste do estado. Porém, é uma das maiores bacias leiteiras dos Estados Unidos. Com respeito às produtividades, mesmo com os excessos de chuva no início da implantação das lavouras, os produtores nos passaram que as produtividades estão dentro da normalidade.”
O produtor Charlie Knigge, da Knigge Farms LLC da cidade de Omro explicou que, apesar de um início de safra difícil, as lavouras se recuperaram e há otimismo quanto à colheita. “Normalmente ficamos entre 55 e 88 sacas de soja por hectare. Esta safra começou mal, mas agora a lavoura está linda, estamos muito otimistas, esperando ficar acima de 55. Para o milho, no ano passado ficamos entre 185 e 230, foi um ano excepcional para plantar milho. O milho está alto, mas as espigas não chegaram no tamanho que já atingiram no passado, então esperamos colher entre 190 e 200 sacas por hectare.”
O produtor também destacou a importância da diversificação no manejo produtivo da família. “Não costumamos plantar a mesma cultura em safras consecutivas na mesma área. Neste talhão temos soja este ano, teremos milho no ano que vem, ou trigo de inverno. Se for trigo, aplicaremos dejetos do gado e voltamos com milho na safra seguinte. E depois alfafa ou soja de novo. Nossa área plantada aqui é de 260 hectares. Geralmente, fazemos 80 hectares de milho, cerca de metade desse montante vai para silagem. O restante vira ração ou vai para usinas de etanol. Cerca de 80 hectares de soja, 50 de alfafa e outros 50 de trigo”, disse Charlie.
De acordo com Bertuol, em contraste com estados da região central dos EUA, como Missouri, Indiana e Illinois, Wisconsin teve temperaturas noturnas mais amenas e chuvas bem distribuídas. Ainda assim, os produtores apontaram que o excesso de precipitação no início da safra prejudicou a implantação das culturas.
O produtor Pete Knigge, da Knigge Farms LLC, reforçou que, mesmo com clima favorável em boa parte da safra, as projeções não indicam recordes de produtividade.
“Fez muito calor até a semana passada, quando passamos a ter os dias mais frescos do verão todo. Boa umidade, chuvas na hora certa, a lavoura prometia muito durante a safra. Quando começamos a monitorar produtividade, porém, vimos que não seria uma safra recorde.”