WASHINGTON (Reuters) – O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse que espera um grande salto nas receitas das amplas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e disse que o dinheiro será usado primeiro para começar a pagar a dívida federal dos Estados Unidos, não para dar cheques de reembolso aos norte-americanos.
Bessent, em uma entrevista à CNBC, afirmou que esperava revisar substancialmente para cima sua estimativa anterior de US$300 bilhões que ele previu mais cedo neste ano em receitas provenientes das tarifas, mas não quis ser mais específico.
O secretário disse que não havia conversado com Trump sobre a ideia de usar os fundos das tarifas para criar um dividendo para norte-americanos, mas enfatizou que ambos estavam “concentrados” no pagamento da dívida.
“Eu tenho dito que a receita tarifária pode ser de US$300 bilhões este ano. Vou ter que revisar isso para cima substancialmente”, disse ele. “Vamos reduzir o déficit em relação ao PIB. Começaremos a pagar a dívida e, nesse momento, isso poderá ser usado como uma compensação para o povo norte-americano.”
A economia dos EUA poderia voltar ao “crescimento bom e com baixa inflação” da década de 1990, afirmou Bessent, mas ele culpou os juros mais altos pelos problemas que assolam alguns setores da economia, destacando o setor imobiliário e as famílias de baixa renda com altas dívidas de cartão de crédito.
Um corte na taxa de juros básica do Federal Reserve — que Trump tem pressionado continuamente — pode ajudar a facilitar um salto ou uma retomada na construção de casas, o que ajudaria a manter os preços baixos em um ou dois anos, disse ele.
Bessent já havia dito anteriormente que um corte de 50 pontos-base era justificado.
(Reportagem de Andrea Shalal)