(Reuters) – O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta segunda-feira que a autarquia optou por “continuar a interrupção” do ciclo de aperto monetário porque ainda está avaliando se o patamar de 15% da taxa Selic é apropriado para levar a inflação à meta.
Em evento promovido pela Warren Investimentos, Guillen destacou que a política monetária funciona e está agindo por diferentes canais.
“Na última reunião, a gente quis continuar a interrupção (do ciclo de aperto monetário). Ou seja, a gente ainda está avaliando se essa é a taxa de juros apropriada para levar a inflação para a meta”, disse.
“Uma vez determinada essa taxa de juros, ela vai ficar parada por um período bastante prolongado.”
O BC decidiu em julho manter a Selic em 15% ao ano e ressaltou que antecipa uma manutenção da taxa por período longo, pregando cautela diante de incertezas geradas pela tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros.
Em discurso no qual destacou alinhamento dos membros da autoridade monetária, Guillen disse que o cenário mostra “certa moderação” do crescimento econômico do Brasil, movimento que é esperado pelo BC e não deveria causar surpresa.
Segundo ele, é esperado um aprofundamento da desaceleração da atividade nos próximos trimestres.
Guillen afirmou que dados recentes de inflação têm apresentado surpresas baixistas, mas enfatizou que o “ponto maior” é que o índice de preços segue acima da meta de 3%, também com expectativas de mercado e projeções incompatíveis com o cumprimento do alvo.
O diretor acrescentou que o tema das eleições presidenciais não é um assunto em debate dentro do BC, ressaltando ser “muito bom” que seja assim.
“Do nosso lado, acho que mais importante do que tudo é a transparência para mostrar como estamos atuando e permanecer firmes com o compromisso, com o mandato institucional”, afirmou.
(Por Bernardo Caram)