
O fenômeno climático La Niña ganhou força nas projeções do Centro de Previsão Climática da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA), que agora aponta maior chance de seu estabelecimento breve durante a primavera e o início do verão 2025-26. Apesar disso, o cenário predominante ainda é de neutralidade do ENSO (El Niño–Oscilação Sul) até o final do inverno do Hemisfério Sul.
Segundo o boletim divulgado nesta quinta-feira (14), há 56% de probabilidade de condições neutras entre agosto e outubro de 2025. A partir de setembro, porém, os modelos indicam um avanço da probabilidade de La Niña, atingindo cerca de 58% no trimestre entre outubro e dezembro, antes de retornar ao padrão neutro no início de 2026. O El Niño, por sua vez, mantém chances muito baixas em todo o horizonte de previsão.
O relatório aponta que, no último mês, o Oceano Pacífico equatorial manteve temperaturas próximas da média, caracterizando a neutralidade do ENSO. Apenas o índice Niño-1+2, na porção mais oriental, apresentou anomalia positiva de +0,8°C. Já no subsolo, temperaturas ligeiramente abaixo da média foram registradas entre 25 e 200 metros de profundidade no leste do Pacífico. As anomalias de vento indicaram padrão favorável à neutralidade, com ventos de leste em baixos níveis no centro-leste e leste do Pacífico tropical e ventos de oeste em altos níveis na porção central e oriental.
No Brasil, episódios de La Niña costumam reduzir as chuvas no Sul e aumentar a precipitação no Centro-Norte. O retorno à neutralidade no início de 2026 pode trazer alívio para extremos, mas o curto período sob influência da La Niña ainda poderá impactar o regime de chuvas e a temperatura em diferentes regiões do país, especialmente durante a safra de verão.
O NOAA reforça que o fenômeno será monitorado nos próximos meses, e novas atualizações podem ajustar a probabilidade conforme as condições oceânicas e atmosféricas evoluírem no Pacífico.