O mercado do açúcar iniciou a quinta-feira em tendência baixista, após ter se recuperado nos últimos dias e até mesmo testar os 17 cents por libra-peso. A precificação volta a se estabilizar, ancorada em fundamentos de oferta e demanda, mas o setor segue atento ao tamanho da safra brasileira, que está menor do que o inicialmente estimado pelo mercado. Em Nova Iorque, o contrato para outubro/25 é cotado a 16,67 cents por libra-peso, recuo de 1,07% em relação à véspera, enquanto o contrato de março/26 registra 17,36 cents, baixa de 0,97%. Em Londres, o contrato de outubro/25 foi cotado a US$ 486,20 por tonelada, leve queda de 0,21%.
O mercado também observa de perto a dinâmica das posições vendidas, que podem amplificar movimentos de alta quando ocorre a cobertura desses contratos. Segundo o relatório semanal Commitment of Traders (COT), divulgado na última sexta-feira, os fundos aumentaram suas posições vendidas líquidas em futuros de açúcar em Nova Iorque em 25.923 contratos, totalizando 151.004 posições — o maior nível em quase seis anos.
Apesar de desafios climáticos, a produção brasileira mostrou sinais de robustez. A Unica informou que, na primeira quinzena de julho, a produção de açúcar no Centro-Sul do país cresceu 15% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 3,4 milhões de toneladas. Além disso, a proporção de cana-de-açúcar destinada à produção de açúcar aumentou de 50% no ano anterior para 54% neste ciclo.
No cenário internacional, a expectativa de aumento das exportações da Índia pressiona os preços do açúcar. De acordo com reportagem da Bloomberg, o país poderá autorizar suas usinas a exportar na próxima temporada, que começa em outubro, beneficiado pelas chuvas abundantes das monções. Até 4 de agosto, o Departamento Meteorológico da Índia registrou 500,8 mm de precipitação acumulada, 4% acima da média histórica. Além disso, a Associação Indiana de Fabricantes de Açúcar e Bioenergia (INDA) anunciou que buscará permissão para exportar 2 milhões de toneladas de açúcar na safra 2025/26, aumentando a pressão sobre o mercado global.