Ritmo dos negócios, porém, ainda é lento
Conforme a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o mercado atualmente não tem favorecido a valorização do algodão. Na Bolsa de Nova Iorque, principal referência para as cotações no Brasil, alguns vencimentos acumularam recentes quedas de mais de 12,2% em 12 meses, com base nos dados do Valor Data. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção brasileira de algodão atinja 3,938 milhões de toneladas nesta temporada, alta de 6,4% em relação ao ciclo anterior. No momento, a colheita está em torno dos 15% da área semeada no país.
De acordo com Mário Reis, sócio da Cotton Brasil, corretora associada à Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), os preços, que não devem ter grande alteração no curto prazo, refletem a baixa demanda pelo produto, a instabilidade política no mundo, além de outros fatores. “No momento, não vemos muita mudança”, avaliou Reis. O corretor também explica que outras commodities também não estão muito atraentes e, sendo assim, não existem sinais de redução de área para o algodão para a próxima safra em substituição por outras culturas.
A área plantada com a pluma natural no Brasil, que está em expansão, deve atingir 2,12 milhões de hectares. E, enquanto o algodão cresce no campo, o mercado segue de olho nos embarques. A China, que já foi o maior comprador da pluma brasileira, perdeu o posto para outros países. “Hoje, entre os nossos maiores compradores, estão Bangladesh, Vietnam e Turquia, principalmente. Já o nosso maior competidor são as fibras sintéticas”, resumiu o corretor. A previsão para as exportações, porém, dependerão do cenário global que, atualmente, mostra-se instável, ainda de acordo com o corretor.
Apesar do ritmo lento nos negócios, Reis acredita que o Brasil deve seguir entre os maiores produtores e vendedores nesta temporada, a exemplo dos últimos anos, quando ultrapassou os Estados Unidos nos embarques externos. No ano passado, o Brasil registrou uma produção recorde de 3,7 milhões de toneladas e exportações acima de 2,7 milhões de toneladas, também recordes.
Cotações no Brasil
No indicador da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), o preço do algodão por libra peso, aparece nesta quinta-feira (24) no patamar de R$ 4,08 (Posto São Paulo), com queda acumulada de 0,73% nos últimos 30 dias. O indicador BBM recebe atualizações diárias enviadas pelos corretores responsáveis por atuarem no segmento da fibra natural. A Bolsa fornece ainda ao mercado o Sistema de Informações de Negócios com Algodão em Pluma (Sinap), com dados confiáveis de negócios realizados no Brasil. Cerca de 50% da comercialização realizada com algodão nacional recebem registro no sistema.
CONFIRA AQUI OS DADOS DO SINAP