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Algodão, a fibra que movimenta o Brasil

Por Bolsa Brasileira de Mercadorias BBM

Há pelo menos seis mil anos, o algodão é cultivado em diferentes partes do planeta, numa certa faixa geográfica que atende às poucas exigências dessa planta, afeita pelos climas mais áridos. Para os povos das Américas, é como se ele tivesse sempre existido. Mas, na Europa, o algodão só se tornou popular com Revolução Industrial, no século XVIII. De lá para cá, ganhou o mundo, tornando-se a mais importante fibra têxtil dentre as naturais, artificiais e sintéticas. Mas se é quase onipresente no nosso dia a dia, o algodão é “invisível” para grande parte da população global. Por isso, no ano passado, criou-se o Dia Mundial do Algodão (#WorldCottonDay), uma iniciativa do International Cotton Advisory Committee (ICAC), com outras entidades internacionais como FAO, Organização Mundial do Comércio (OMC), United Nations Conference of Trade and Development (UNCTAD) e o International Trade Center (ITC). Este ano, mais de 50 países, dentre os quais o Brasil, estão empenhados em mostrar para os mais diversos públicos, que a pluma natural, biodegradável e sustentável é sempre uma boa escolha. Por aqui, a data vai ser comemorada em grande estilo, com a campanha lançada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que tem como tema “Algodão, a fibra que movimenta o Brasil”.

 

“Vamos ajudar o ICAC a divulgar a hashtag #WorldCottonDay, contribuindo  para chamar a atenção do público ao redor do planeta para a importância dessa matéria-prima que, de acordo com o comitê, é produzida em mais de 100 países, comercializada em mais de 150, e que movimenta em torno de 350 milhões de pessoas, ou 100 milhões de famílias, pelo globo afora”, explica o presidente da Abrapa, Milton Garbugio. Ele se refere aos vários elos da cadeia produtiva, como agricultura, transporte, empacotamento e armazenamento, sem falar na indústria têxtil e de confecção, nos profissionais ligados à moda e ao design, dentre outros.

 

A Abrapa encampou a data para marcar o posicionamento do Brasil, que vem avançando e se fortalecendo nas últimas décadas. O país é o quarto maior produtor mundial, com 2,9 milhões de toneladas de pluma, em 2019/2020, e o segundo maior exportador do ranking, com 2 milhões de toneladas embarcadas no período.

 

 

Muito mais que volume

 

“Temos a meta arrojada de nos tornar o maior fornecedor de algodão do mundo em 2030, deixando para trás o nosso principal concorrente hoje, os Estados Unidos. Para isso, temos que ser ousados em todos os detalhes. Desde 2016, mantemos e aprimoramos a cada dia o movimento Sou de Algodão, uma iniciativa pioneira que fez os produtores finalmente falarem ‘para fora’ do setor, com os profissionais de moda, indústria, formadores de opinião e público geral, sobre consumo consciente e o que representa essa cultura para a economia e a vida dos brasileiros”, explica Garbugio.

 

O Sou de Algodão já conseguiu o engajamento de mais de 330 marcas nacionais e criou oportunidade para profissionais de moda, professores, estudantes e jornalistas conhecerem in loco o processo produtivo da fibra. Ao mesmo tempo, participou das mais importantes semanas de moda do país, e colocou produtores e profissionais da cadeia têxtil na passarela, para mostrar as histórias que existem por trás da matéria-prima, feita por muitas mãos. 

 

O presidente da Abrapa também ressalta a mais nova investida da associação rumo à promoção internacional da fibra brasileira, o projeto Cotton Brazil, empreendido pela Abrapa e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), com participação da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Dentre diversas iniciativas, o Cotton Brazil contempla o primeiro escritório de representação do algodão brasileiro na Ásia, em funcionamento na cidade de Singapura.

 

 

Para Milton Garbugio, se o algodão brasileiro agora intensifica suas ações de marketing e promoção, é porque um extenso trabalho de base foi realizando nos últimos 20 anos. “Somos campeões mundiais em produtividade sem irrigação: 92% das nossas lavouras recebem apenas água da chuva. Temos qualidade, somos competitivos, temos escala, entregamos rastreabilidade fardo a fardo, e, acima de tudo, somos sustentáveis. Temos um amplo e completo programa de certificação de sustentabilidade, o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que atua em benchmark com a Better Cottton Initiative (BCI) no Brasil, desde 2013”, relata Garbugio.

 

 

A fibra que movimenta a economia

 

O algodão está presente até no dinheiro, pois é base para a fabricação do papel-moeda. Mas as cifras que ele movimenta, em cada etapa da cadeia produtiva, seja antes da porteira, com pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, dentro das fazendas, e também na logística e na comercialização, são ainda mais valiosas que as cédulas.

 

No mais recente relatório lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre o Valor Bruto da Produção (VBP) das lavouras e pecuária, de um total de R$ 519 bilhões alcançados pelas lavouras, o algodão performou com R$45,8 bilhões, ou cerca de 12% de participação no todo. O VBP é calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária, nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país.

 

O algodão é o quarto produto no ranking dos detentores de maiores VBP, precedido pela soja, milho e cana-de-açúcar. Já os estados de maior VPB são, pela ordem, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Entre os maiores produtores estaduais de algodão, Mato Grosso, que é o maior produtor nacional da fibra, somou R$29,8 bilhões, a Bahia – segundo maior produtor de algodão do país – teve VPB de cerca de R$10 bilhões e Goiás e Minas Gerais, que alternam no terceiro lugar em tamanho de safra da pluma, obtiveram, aproximadamente, R$1,1 bilhão.

 

De acordo com o coordenador-geral de Avaliação de Política e Informação da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, José Garcia Gasques, existe uma estreita relação entre o desenvolvimento dos municípios e o tipo de cultura agrícola que produzem. “No caso dos que plantam algodão, soja e milho a diferença é impressionante.  O VBP tem nos mostrado ao longo dos anos que o algodão, uma cultura extremamente dinâmica, sofisticada e incorporadora de tecnologia, tem um efeito sobre o aumento da renda per capita nos municípios em que está presente. Apesar de ser uma atividade muito mecanizada, a geração de empregos na cadeia produtiva é bem maior nessas localidades, se compararmos com outras que produzem, por exemplo, cacau e café”, explica Gasques. O coordenador-geral considera também a influência dos mecanismos de comercialização da fibra, baseados em contratos futuros, as práticas agrícolas adotadas pelos cotonicultores, e a integração entre as lavouras de algodão, soja e milho como fatores que contribuem para os bons números.

 

*A Bolsa Brasileira de Mercadorias apoia o movimento Sou de Algodão e participará do World Cotton Day, dia 7 de outubro, por meio de suas corretoras associadas*

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METODOLOGIA DE PREÇOS DO ALGODÃO – BBM/SINAP

PRODUTO:Algodão em pluma tipo 41, folha 4 – cor estritamente abaixo da média (strict low middling) – (antigo tipo 6, fibra 30/32 mm, sem característica).
UNIDADE DE MEDIDA:Libra-peso de pluma (0,453597 kg) divulgados em real por libra-peso.
ENTREGA:Preço do produto posto-indústria na mesorregião da cidade de São Paulo.
REGIÃO DE REFERÊNCIA:Negócios feitos nas principais regiões produtoras e consumidoras de algodão do Brasil.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO:A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.
BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:Média aritmética das informações coletadas.
PERIODICIDADE:Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.
HISTÓRICO:Desde janeiro de 2010.
ORIGEM DA INFORMAÇÃO:Corretoras de Mercadorias associadas a Bolsa Brasileira de Mercadorias através de pesquisas diárias de preços
(confira aqui os nomes das Corretoras).
IMPORTANTE:Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Metodologia cotações

COTAÇÕES AGRÍCOLAS BBM

METODOLOGIA DE PREÇOS AGRÍCOLAS DA BOLSA BRASILEIRA DE MERCADORIAS

REGIÃO DE REFERÊNCIA:

Negócios realizados nas principais regiões produtoras e consumidoras dos produtos no Brasil.

TRATAMENTO ESTATÍSTICO:

A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.

BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:

Média aritmética das informações coletadas.

PERIODICIDADE

Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.

HISTÓRICO:

Desde junho de 2018.

ORIGEM DA INFORMAÇÃO:

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

IMPORTANTE::

Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

Lista dos participantes no fornecimento das cotações de preços agrícolas pela BBM

  •  Algotextil Consultores Associados Ltda
  •  Associação dos Cafeicultores de Araguari – ACA
  •  Cereais Pampeiro Ltda
  •  Cerrado Corretora de Merc. & Futuros Ltda
  •  Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas – Cocapec
  •  Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha – Coocafé
  •  Correpar Corretora de Merc. S/S Ltda
  •  Corretora Nacional de Mercadorias
  •  Costa Lima Corretora de Commodities Agrícolas Ltda
  •  Cottonbras Representação S.S. Ltda
  •  Cottonbrasil Corretores Associados Ltda.
  •  Depaula Corretora Ltda
  •  Expoente Correto. Merc. Imp. Export. Com. Represent. Ltda.
  •  Fibra Comercial e Corretora de Merc. Ltda
  •  Globo Corretora de Merc. Ltda
  •  Granos Comércio e Representações Ltda.
  •  Henrique Fracalanza
  •  Horus Algodão Consult. e Corretagens Ltda
  •  Instituto Brasileiro do Feijão e dos Pulses – IBRAFE
  •  JC Agronegócios EIRELI
  •  Laferlins Ltda.
  •  Lefevre Corretora de Mercadorias Ltda
  •  Mafer Agronegócios Ltda
  •  Mercado – Mercantil Corretora de Merc. Ltda
  •  Metasul Corretora Ltda
  •  Orbi Corretora de Mercadorias Ltda.
  •  Pluma Empreendimento e Participações S/S LTDA
  •  Renato – Agronegócio e Licitações Ltda
  •  Renda Corretora de Agroneg. e Transp.s Ltda
  •  Risoy Corretora de Merc.
  •  Robert Daniel Corretora
  •  Rocha Corretora de Merc. Ltda
  •  Rural Assessoria e Commodities Agricolas Ltda
  •  Sandias Corretora de Commodities Ltda
  •  Santiago & Oliveira Com. e Ind. Ltda
  •  Santiago Cotton Ltda
  •  Souza Lima Corretora de Mercadorias Ltda
  •  T.T. Menka Corretora de Mercadorias S/C Ltda.
  •  Translabhoro Serviços Agrícolas Ltda
  •  Vitória Intermediação de Negócios Ltda