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Algodão: cresce venda para exportação com opção de entrega doméstica

Por Bolsa Brasileira de Mercadorias BBM

Negociadores de algodão estão optando mais pelos chamados “contratos flex” na comercialização da safra 2018/2019. Esse tipo de negociação para exportação, com opção para venda doméstica, não é majoritário, mas aumentou sua participação no comprometimento da produção a ser entregue em 2019, como mostram dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM).

Os números, compilados em relatório mensal de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), indicam que 50,6% do comercializado até 30 de novembro foram para o mercado interno. Outros 22,3% foram para exportação e 27,1% foram negociados na modalidade flex. Na mesma época no ano passado, as proporções para a safra 2017/2018 eram 55,4% mercado interno, 32,1% externo e apenas 12,5% flex.

“Para a trading, fica mais confortável comprar e ter a opção de vender para o mercado que está melhor. Alguma parte desses contratos flex foi feita com uma garantia de 50% faturado ao mercado interno para o produtor ter o rebate de incentivo fiscal específico de cada estado”, explica o presidente do Conselho de Administração da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), João Paulo Lefèvre, da Lefèvre Corretora.

Segundo ele, apesar de alguns contratos terem sido fechados dessa forma, a maior parte do volume produzido no Brasil deve ir mesmo para o mercado externo. A Câmara Setorial do Algodão, usada como referência por Lefèvre, estima uma produção de 2,627 milhões de toneladas de pluma na safra 2018/2019. Um número superior ao da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que espera até 2,337 milhões de toneladas, exportações de até 1,33 milhão e um consumo interno em torno de 750 mil toneladas.

“Não se trata apenas do preço. É oferta e demanda pura. A exportação vai balizar o mercado”, reforça Lefèvre.

Sócio da Santa Colomba e presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo Moura vê conjuntura semelhante. Segundo ele, só nas últimas três safras, a área plantada com a pluma cresceu 68% no Brasil enquanto a produção mais que dobrou. Mas o mercado interno ficou variando entre 700 e 730 mil toneladas.

“O mercado interno não tem reagido. Tudo o que é produzido a mais vai para o exterior”, diz ele, para quem a exportação na safra 2018/2019 pode chegar a 1,8 milhão de toneladas.

Comercialização

Até o último dia 29 de novembro, a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) registrava negócios com cerca de 679 mil toneladas de algodão da safra 2018/2019, diz João Paulo Lefèvre. Ele estima – considerando que a instituição representa, em média, 60% da pluma negociada no Brasil – que o volume total vendido no Brasil é de aproximadamente 1,13 milhão de toneladas, 43% da produção.

Na produção da safra 2017/2018, os negócios registrados na Bolsa até o último dia 29 equivaliam a 921 mil toneladas entre contratos flex, de exportação e de mercado interno. Aplicando a proporção, ele estima cerca de 1,535 milhão de toneladas vendidas, pouco mais de 71,23% do volume total, estimado em 2,155 milhões de toneladas pela Câmara Setorial.

“Se olhar percentualmente, é mais lenta. Mas em números absolutos, está equivalente. Vamos ter um aumento da safra”, analisa Lefèvre.

Segundo ele, os atuais níveis de preço do algodão são satisfatórios para o cotonicultor, mas o mercado vive um cenário de incertezas. Um dos motivos é o preço do petróleo, que interfere na competitividade de fibras sintéticas em relação ao algodão. Quando há uma tendência de queda do óleo no mercado global, a preferência pelo poliéster tende a aumentar.

Outro motivo é a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Lefèvre diz que, em um primeiro momento, a situação pode ser benéfica para o Brasil, que ocuparia o espaço dos americanos no mercado chinês. De outro lado,o país poderia perder em outros destinos importantes. Assim, diz, sem uma definição para a disputa, é difícil saber o rumo do mercado.

Arlindo Moura, da Abrapa, faz uma avaliação mais positiva. Nas estimativas da entidade que representa os produtores de algodão, a comercialização da safra ainda a ser colhida está acima de 60% no Brasil. Nessa mesma época, em anos anteriores, diz ele, não se falava em algo diferente de 35% ou 40% comprometidos por antecipação.

Empresa com sede administrativa em São Paulo e áreas de produção em Cocos (BA) e Manbaí (GO), a Santa Colomba, empresa da qual Moura é sócio, está semeando algodão pela primeira vez. Nesta safra, a área reservada é de 2 mil hectares e já existem planos de aumentar para 5 mil na próxima. Do que será colhido na temporada 2018/2019, 80% já estão vendidos, a maior parte em contratos de exportação.

“Estamos em uma conjuntura boa de preços”, diz ele, citando cotações internacionais entre US$ 0,76 e US$ 0,80 por libra-peso. “O comprador foi ao mercado e quem quis vender não deixou de vender. Tanto que o percentual de vendas está elevado no Brasil”, acrescenta.

Fonte: Globo Rural

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METODOLOGIA DE PREÇOS DO ALGODÃO – BBM/SINAP

PRODUTO:Algodão em pluma tipo 41, folha 4 – cor estritamente abaixo da média (strict low middling) – (antigo tipo 6, fibra 30/32 mm, sem característica).
UNIDADE DE MEDIDA:Libra-peso de pluma (0,453597 kg) divulgados em real por libra-peso.
ENTREGA:Preço do produto posto-indústria na mesorregião da cidade de São Paulo.
REGIÃO DE REFERÊNCIA:Negócios feitos nas principais regiões produtoras e consumidoras de algodão do Brasil.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO:A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.
BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:Média aritmética das informações coletadas.
PERIODICIDADE:Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.
HISTÓRICO:Desde janeiro de 2010.
ORIGEM DA INFORMAÇÃO:Corretoras de Mercadorias associadas a Bolsa Brasileira de Mercadorias através de pesquisas diárias de preços
(confira aqui os nomes das Corretoras).
IMPORTANTE:Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Metodologia cotações

COTAÇÕES AGRÍCOLAS BBM

METODOLOGIA DE PREÇOS AGRÍCOLAS DA BOLSA BRASILEIRA DE MERCADORIAS

REGIÃO DE REFERÊNCIA:

Negócios realizados nas principais regiões produtoras e consumidoras dos produtos no Brasil.

TRATAMENTO ESTATÍSTICO:

A amostra diária é submetida a dois procedimentos estatísticos: média aritmética dos valores informados excluindo-se o desvio padrão (são aceitos valores que estejam no intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra em 10%) e análise do coeficiente de variação.

BASE DE PONDERAÇÃO DAS REGIÕES:

Média aritmética das informações coletadas.

PERIODICIDADE

Diária (somente em dias úteis). Os preços são coletados junto aos corretores de algodão, entre as 10:00 e 16:00 horas e divulgados, no mesmo dia, até às 17 horas.

HISTÓRICO:

Desde junho de 2018.

ORIGEM DA INFORMAÇÃO:

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

IMPORTANTE::

Valores coletados se referem a negócios realizados no mercado físico, para pronta entrega.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

Corretoras Associadas/BBM, Cooperativas e Associações de Produtores Rurais.

Lista dos participantes no fornecimento das cotações de preços agrícolas pela BBM

  •  Algotextil Consultores Associados Ltda
  •  Associação dos Cafeicultores de Araguari – ACA
  •  Cereais Pampeiro Ltda
  •  Cerrado Corretora de Merc. & Futuros Ltda
  •  Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas – Cocapec
  •  Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha – Coocafé
  •  Correpar Corretora de Merc. S/S Ltda
  •  Corretora Nacional de Mercadorias
  •  Costa Lima Corretora de Commodities Agrícolas Ltda
  •  Cottonbras Representação S.S. Ltda
  •  Cottonbrasil Corretores Associados Ltda.
  •  Depaula Corretora Ltda
  •  Expoente Correto. Merc. Imp. Export. Com. Represent. Ltda.
  •  Fibra Comercial e Corretora de Merc. Ltda
  •  Globo Corretora de Merc. Ltda
  •  Granos Comércio e Representações Ltda.
  •  Henrique Fracalanza
  •  Horus Algodão Consult. e Corretagens Ltda
  •  Instituto Brasileiro do Feijão e dos Pulses – IBRAFE
  •  JC Agronegócios EIRELI
  •  Laferlins Ltda.
  •  Lefevre Corretora de Mercadorias Ltda
  •  Mafer Agronegócios Ltda
  •  Mercado – Mercantil Corretora de Merc. Ltda
  •  Metasul Corretora Ltda
  •  Orbi Corretora de Mercadorias Ltda.
  •  Pluma Empreendimento e Participações S/S LTDA
  •  Renato – Agronegócio e Licitações Ltda
  •  Renda Corretora de Agroneg. e Transp.s Ltda
  •  Risoy Corretora de Merc.
  •  Robert Daniel Corretora
  •  Rocha Corretora de Merc. Ltda
  •  Rural Assessoria e Commodities Agricolas Ltda
  •  Sandias Corretora de Commodities Ltda
  •  Santiago & Oliveira Com. e Ind. Ltda
  •  Santiago Cotton Ltda
  •  Souza Lima Corretora de Mercadorias Ltda
  •  T.T. Menka Corretora de Mercadorias S/C Ltda.
  •  Translabhoro Serviços Agrícolas Ltda
  •  Vitória Intermediação de Negócios Ltda